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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Nota sobre a associação entre violência e símbolos budistas

Nós, budistas de variadas tradições, reunidos na Rede Brasileira de Budistas Progressistas, repudiamos com veemência a associação entre o Budismo e seus símbolos com atos de violência e violação dos corpos, associação veiculada de modo irresponsável pelo delegado titular da 1ª Delegacia de Porto Alegre, Sr. Paulo Jardim, em 10 de outubro de 2018.
Segundo informações de veículos de imprensa, uma mulher LGBTQI que manifestava pública e democraticamente sua oposição aos ideais autoritários de Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL, teria sido abordada por três homens, imobilizada e, em sua barriga, estes homens teriam riscado uma suástica com o uso de um canivete.
Embora o delegado esteja correto em não assumir conclusões antes da devida averiguação dos fatos, processo garantido por todo regime democrático, este senhor incorre em uma manifestação infeliz e irresponsável, ao dizer textualmente que a moça agredida, “pelo desenho que ela expôs na internet, [teria sido violentada com] um símbolo budista, de amor e fraternidade” (segundo reportagem da BBC Brasil).
Repudiamos a associação indevida entre símbolos budistas no Brasil e a violência urbana de caráter intimidador, como o declarado pela vítima. Embora a suástica possua um histórico milenar, estando presente em inúmeras tradições e civilizações ao longo da história mundial, desde a ascensão do nazismo na Alemanha, nos anos 1930, esta tem sido sua associação mais imediata, sobretudo no Ocidente.
Além de repudiarmos a irresponsabilidade da fala do delegado Paulo Jardim, questionamos publicamente que interesses motivariam alguém a desassociar a suástica violentamente talhada na carne de uma cidadã brasileira de ideais antidemocráticos e opressores?
Fazemos coro à fala de Gabriela Souza, advogada da vítima: “O Estado precisa estar preparado. Não pode confundir suástica, símbolo do nazismo, com símbolo de amor, da paz budista, porque é justamente isso que está acontecendo na política atual” (segundo reportagem da BBC Brasil).
Mãos em prece,

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