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sábado, 12 de janeiro de 2019

As casas aos poucos vão caindo, uma a uma❗😎😎😎

Anotem a data, 11 de janeiro de 2019, o dia em que eu concordei com Olavo de Carvalho!
O guru de Biroliro disse recentemente que a direita errou ao chegar ao poder sem antes vencer a guerra pela hegemonia cultural e antecipou a derrota da aventura Bolsonarista, por conta dessa falha.
O filósofo maluco está, nesse caso, totalmente certo.
A combinação de fatores que levou a idiotice ao poder no Brasil não trouxe no pacote a estrutura de produção cultural e intelectual necessária para dar suporte ao novo sistema.
Eles não tem produção de pensamento com qualidade para convencer a massa a apoiar as mudanças que tentarão implantar, com exceção de alguns itens da agenda comportamental.
As grandes mudanças, principalmente na economia, eventualmente terão que ser explicadas para o povo, e aí a superioridade intelectual da esquerda, em contraponto, poderá fazer a diferença.
Eles imaginam que o Brasil mudou com a eleição do mito, o que é um erro crasso de avaliação.
O Brasil continua o mesmo de sempre, com seus problemas, seus costumes e suas contradições, que não serão resolvidas por obra e graça das poucas qualidades do mito.
A guerra contra a reforma da previdência, quando tomar as ruas, vai demonstrar o que estou dizendo.
Olavão percebeu que a ascensão de Bolsonaro se deu por conta de fatores muito específicos, corporativos e de disputa política, que nada tem a ver com uma mudança de paradigma da sociedade.
Hoje, e só hoje, eu concordo com ele.
Via Fernando Lopez.

Queiróz... 🍊 dos Bostanazi debocha da sociedade que o pariu❗❗No hospital Albert Einstein 🤔

MADURO, ATÉ O FIM



MADURO, ATÉ O FIM

Eu juro que queria ter essas certezas absolutas que leio em toda parte sobre a tal ditadura de Nicolás Maduro, mas não tenho. E por uma razão bem simples: são todas enviesadas, tanto pela direita que o odeia como pela esquerda que o inveja.

O fato é que Maduro, apesar de ser atacado pelos Estados Unidos sem intermediários, está de pé. A Venezuela não se dobrou, nem mesmo fustigada por uma crise econômica devastadora, com as consequências sociais que todos testemunhamos.

O Brasil, pelas mãos de um juiz de primeira instância apoiado por uma multidão de analfabetos políticos, não só sucumbiu ao um golpe parlamentar como, de quebra, elegeu uma besta quadrada cercada de lunáticos e fanáticos religiosos.

É preciso ter em mente que toda a informação que temos sobre a Venezuela é filtrada pela mídia, a nossa mídia, a pior e mais servil do planeta. Nela, a Venezuela é uma ditadura porque o presidente domina os poderes constituídos e as Forças Armadas, sem dar moleza a uma oposição golpista e entreguista, que ama mais Miami que o país onde mora.

Ou seja, tudo que o PT foi acusado de fazer, mas não fez, para desgraça de todos.

Todas as eleições na Venezuela, desde a Era Chávez, portanto, há quase duas décadas, são realizadas com a presença de observadores internacionais. Todas.

Na última, em maio de 2018, foram 200 observadores, sem que nenhuma ocorrência de fraude fosse notificada. Nenhuma. O voto na Venezuela sequer é obrigatório, portanto, não há, como ocorre aqui, a possibilidade de criação de currais eleitorais. Há, sim, gente politizada, principalmente, à esquerda.

A posse de Maduro contou com delegações internacionais de 94 países, além de representantes de organismos internacionais como as diversas agências da ONU, a Organização da Unidade Africana (OUA) e a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) – da qual ele será o próximo presidente.

Maduro e o povo venezuelano são odiados por gente como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Em 2015, uma patética comitiva de senadores comandada por Aécio Neves, do PSDB, com gente do naipe de Ronaldo Caiado e Aloysio Nunes Ferreira, foi a Caracas para criar um factoide contra Maduro. Foram recebidos a pedradas e tiveram que voltar com o rabo entre as pernas.

Aqui, deixaram essa gente se criar. Agora, com a ajuda de certa esquerda ressentida, ficam criticando a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, por prestigiar a posse de Maduro.

Fez ela muito bem.


Gleisi, sobrenome Coragem.

Gleisi Hoffmann foi à posse de Nicolás Maduro. Essa mulher será o fiel da balança em 2019. Ela não se intimida com absolutamente nada.

Sua maneira de liderar o maior partido político do país foi ficando cada vez mais densa e articulada. Ela "encaixou".

Vale lembrar: Gleisi assumiu o PT no momento mais delicado da história do partido e do país. O desafio era imenso. Não é trivial calibrar o discurso em momento tão hostil, quase em um colapso generalizado dos sentidos políticos e sociais.

Mais uma vez, a intuição de Lula funcionou como uma prévia histórica dos protagonismos políticos. Lula apoiou Gleisi à presidência do partido para surpresa de muitos àquele momento.

Ele apostara mais uma vez na força da mulher.

Depois de espancarem a democracia e a presidenta eleita Dilma Rousseff, Lula entendeu - com sua inteligência feminina e intuitiva - que não era a hora de recuar nesse quesito simbólico, impregnado de sentido político: o protagonismo da mulher.

Gleisi Hoffmann simplesmente domina a cena da ação democrática neste momento, com o discurso mais sólido e mais investido de legitimidade política.

Ela enquadrou Ciro Gomes, coisa que nenhum "homem" de esquerda havia feito até então. Com imensa classe, diga-se de passagem.

Ela chamou os militares para uma "conversa séria", sem os ideologismos 'cansados' do bolsonarismo.

Seu texto é primoroso. Ela dá o tom discursivo que a guerra política provocada pelos maus perdedores enseja. Não recua um milímetro, não cede, não capitula, não tem medo - e isso está em seu estilo de escrita. 

Gleisi Hoffmann usa o Twitter e as redes sociais com a grandeza política real de uma protagonista que se dá ao respeito e impõe respeito. Ela sempre aparece para restituir a verdade factual, para responder a bolsonaristas covardes, para debater com quem tiver a devida coragem.

Gleisi Hoffmann, me parece, foi 'picada' pela mesma mosca da democracia que picou Lula nos anos 70. Ela 'sente' o país, tornou-se dotada de um timing político que só os grande estadistas - raríssimos - dignos do nome podem ter.

Ela está iluminada. A cada momento em que protagoniza a cena pública, ela surge mais densa, mais assertiva e mais corrosiva.

Gleisi parece ter se cansado do "bom comportamento" institucional que paralisa as ações políticas reais no Brasil. Com um país mergulhado em um sucateamento institucional, em um colapso moral do poder judiciário, não haveria como esperar outro comportamento de alguém que precisa chamar para si a responsabilidade histórica pela retomada da democracia e do Estado Democrático de Direito.

Gleisi foi sendo "ferida" e, ao mesmo tempo, foi "resistindo" e se tornando mais forte. Foi sofrendo junto com Lula cada violência dirigida ao ex-presidente, como se assimilasse a dor política que Lula deveria sentir e não sente - dada a certeza de Lula de que esse jogo, cedo ou tarde, vira.

Gleisi se tornou a voz de um Lula humano, muito mais do que a voz institucional de Lula que ela representa institucionalmente tão bem - sob o desejo e a chancela de Lula. Ela extrapolou a mensagem política. Ela trouxe um Lula 'vivo' e 'vibrante' para o tom de seu discurso. Seu ethos representa Lula, não apenas sua posição e sua gramática.

Segura essa mulher no Congresso em 2019. Gleisi Hoffmann vai liderar a oposição como nenhum Ciro Gomes sequer roçou sonhar na vida. Gleisi constrói, conversa, dialoga, articula, busca o movimento virtuoso da argumentação soberana.

Com esse conjunto de qualidades, não é surpresa também que Gleisi tenha começado a inflamar a militância e as redes sociais. O volume de seus seguidores é cada vez maior e mais insinuante, bem como o seu poder de fascinação sobre aqueles que sentem a democracia na própria dimensão do afeto.

Gleisi desperta o mesmo sentimento de amor que Lula desperta porque, afinal, ela também 'sente' o país e o povo deste país como Lula 'sente'.

É uma rara felicidade ver nascer uma protagonista política desta dimensão. Gleisi sempre foi imensa. Mas, agora, ela é a própria esperança encarnada.

Gustavo Conde.

*Índios, Bolsonaro e seu pecado* _Leão Serva_, Folha de S.Paulo, 28.dez.2018



*Índios, Bolsonaro e seu pecado*
_Leão Serva_, Folha de S.Paulo, 28.dez.2018

Escrevo sentado em uma casinha próxima a uma comunidade de índios de contato recente na Amazônia, os suruwahá. Ao terminar, mando o artigo para o jornal usando a antena local de wi-fi. Entre outras histórias, acompanho o tratamento dentário que foi oferecido a dezenas de pessoas do grupo, cerca de 50 homens e mulheres que receberam próteses produzidas em impressoras 3D.

É possível que nem o dentista do futuro presidente, Jair Bolsonaro, tenha acesso a esse equipamento, ainda raro no país. Mesmo assim, leio no site da Folha o eleito dizer que "os índios querem internet e dentista" e que vai dar isso a eles. Não vai dar, porque eles já têm.

Bolsonaro tem especial predileção para falar de índios. Mas parece que escuta a arara cantar e não sabe onde, como se só os conhecesse dos filmes de Hollywood ou de ouvir falar (mal).

Diz o eleito que os índios precisam empreender. Pois, a esta altura, a lista dos produtos indígenas bem-sucedidos não cabe neste artigo. O chef mais famoso do Brasil, Alex Atala, fez de seus temperos a base de pratos badalados, que rendem mais ao país que muitos hectares de soja.
Em Roraima, índios criam uma em cada dez cabeças de gado; no Acre, constroem uma fábrica de polpa, para otimizar sua produção de frutas, e exportam urucum para multinacional de cosméticos. Mas nesses lugares, elites preconceituosas negam os fatos, para manter o estigma do índio preguiçoso.

O futuro presidente afirma que o turismo pode fazer bem à Amazônia. Mais uma vez, chove no molhado: diversas agências oferecem viagens a terras indígenas.

Em vez de pagar multa por pesca ilegal, Bolsonaro pode ir a uma comunidade, ficar hospedado e fisgar peixe. Tudo perfeitamente legal, ajudando índios empreendedores a manter a floresta de pé.

Sua proposta de arrendar terras de índios já foi tentada no passado. Os conflitos mais tensos que temos foram causados por esse modelo: depois de uma ou duas gerações, os fazendeiros alegam direitos adquiridos e tomam as terras. Foi assim no sul da Bahia, na Raposa Serra do Sol e em Mato Grosso do Sul.

Também a autorização para mineração em áreas indígenas não é novidade. É prevista em lei. Mas precisa ser autorizada pelo Congresso e exige aval das comunidades. A legislação, na Constituição de 1988, não foi obra de "esquerdistas" ou "internacionalistas". Foram os militares que a conceberam.

O autor do texto foi o ex-ministro coronel Jarbas Passarinho, em consenso com indigenistas nacionais. A ideia: as terras são patrimônio inalienável da União, e os índios têm usufruto, ajudando a manter a floresta. As fotos de satélite, produzidas pela elite da aeronáutica (Inpe), provam que o modelo deu certo: o patrimônio da União só é preservado nessas áreas; fora, é grilado, desmatado e queimado.

Bolsonaro precisa conhecer mais a complexa realidade indígena. Se até o rei da Noruega veio ao Brasil se hospedar em uma aldeia, nosso líder também merece. Não precisa de coroa para ter majestade, basta despir-se do orgulho.

Há índios que querem viver isolados, e precisam de proteção; outros cursam as melhores universidades. A Unicamp criou um vestibular para eles; a Federal de São Carlos tem dezenas de alunos, e a de Roraima mantém cursos de temática especializada. E o que dizer dos indígenas do Exército? Alguém acha que vêm do "zoológico"?

Bolsonaro deve entender que, para ser um bom cristão, não basta repetir sempre o mesmo versículo da Bíblia, mas superar o pecado. No seu caso, a soberba.
Márcio Santilli - ISA

*Será que voces ajudam a divulgar essa mensagem do ISA?*

ISA - Instituto Socioambiental


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