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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

BOLSONARO É MENTIROSO E CADA VOTO NELE É CONTRA A DEMOCRACIA, DIZ MAIOR JORNAL ALEMÃO

O maior jornal alemão, Süddeutsche Zeitung, faz uma crítica mordaz ao deputado Jair Bolsonaro: para o diário germânico, Bolsonaro é um encenador; "Tirando fervor ultracatólico, o resto é tudo mentira. Bolsonaro é dono de imóveis de luxo, que ele jamais poderia ter comprado com o salário de deputado. Apesar disso, ele incita ódio contra a elite corrupta. Seus eleitores têm até outubro para entender que cada voto para esse messias de direita é um voto contra a democracia"

Duetsche Welle - Sobre Jair Bolsonaro ouve-se e lê-se com frequência que ele é o Donald Trump do Brasil. Isso talvez seja um pouco cruel – com Trump. Além disso, é errado. Sem dúvida há paralelos entre o presidente dos Estados Unidos e o brasileiro candidato à Presidência, escreve o Süddeutsche Zeitung, maior jornal alemão.

Ambos xingam contra minorias e jornalistas, consideram o homem branco o ápice da criação, aparentemente passam grande parte do dia tuitando besteiras e são, de qualquer forma, contemporâneos desagradáveis. Mas se isso bastasse para ser um novo Trump haveria milhões de Trumps por aí. Sobretudo porque Bolsonaro, de 62 anos, diferencia-se radicalmente do principiante da política em Washington: ele não é um iniciante, um antipolítico. (…) Durante quase três décadas quase ninguém levou a sério o deputado Bolsonaro, afora sua clientela radical. A novidade agora é que ele tenha encontrado ouvidos para as suas tiradas.
Bolsonaro nasceu em 1955 numa pequena cidade de São Paulo. Seu pai lhe deu o segundo nome de Messias. Combina com a sua autoencenação: cristão, próximo do povo, duro, honesto, incorruptível. Tirando o seu fervor ultracatólico, o resto é tudo mentira. Bolsonaro é dono de imóveis de luxo, que ele jamais poderia ter comprado com o salário de deputado. Apesar disso, ele incita ódio contra a elite corrupta. De forma bizarra, ele atinge com esse discurso justamente os brasileiros mais ricos e instruídos: a elite. Esses têm até outubro para entender que cada voto para esse messias de direita é um voto contra a democracia.

Bolsonaro pediu fim da lei que garante atendimento a vítimas de estupro Leia mais: https://epoca.globo.com/bela-megale/bolsonaro-pediu-fim-da-lei-que-garante-atendimento-vitimas-de-estupro-23152056#ixzz5TlYtxbtZ stest

No projeto de 2013, candidato do PSL e outros 12 deputados argumentaram que lei teria como finalidade preparar terreno para a legalização do aborto no Brasil


O candidato à presidência pelo PSL Jair Bolsonaro é um dos autores do Projeto de Lei que pediu a revogação do atendimento obrigatório às vítimas de estupro. Na proposta, ele e outros 12 deputados, boa parte da bancada evangélica e todos homens, defendem o fim da lei que obriga a rede pública de saúde a prestar socorro a qualquer pessoa que sofreu violência sexual.
Bolsonaro e os demais deputados argumentaram que a lei teria como finalidade preparar o terreno para a legalização do aborto no país. Na proposta de revogação, o grupo alega que “a Lei n. 12.845, de 1º de agosto de 2013, tem manifestamente como principal objetivo preparar o cenário político e jurídico para a completa legalização do aborto no Brasil”.
Os parlamentares também afirmaram que a medida atinge "entidades religiosas ou que sejam contrárias ao aborto cirúrgico ou químico”. Apesar de o texto que garante atendimento às vítimas de violência sexual não fazer menção ao aborto ou a qualquer medida para interromper uma gravidez, Bolsonaro tem uma leitura distinta e defende que a lei incentiva as mulheres a se submeterem ao procedimento.
No seu pedido, o presidenciável e os coautores da proposta criticaram o governo da então presidente Dilma Rousseff por criar um grupo de estudos sobre o abordo no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro. Eles alegaram que os documentos referentes à formação da equipe comprovavam "o compromisso do atual governo federal com a legalização do aborto".
Perguntei para a assessoria de imprensa de Jair Bolsonaro e para o presidente do PSL, Gustavo Bebiano, se o presidenciável pretende retomar apoio à proposta caso seja eleito. Também o questionei se, em um eventual governo, o sistema público de saúde deixará de prestar atendimento a mulheres de abuso sexual. As perguntas foram ignoradas e não obtive resposta.
O projeto encampado por Bolsonaro é de 2013. O texto chegou a ser analisado pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, mas acabou arquivado pela mesa diretora da casa. Desde então, o deputado fez várias tentativas para desarquivar a proposta, sem sucesso.
No Brasil, uma mulher que faz aborto pode ficar de um a três anos atrás das grades. A pessoa responsável por realizar o procedimento na gestante pode ficar até quatro anos presa. No entanto, o aborto é permitido quando a gravidez é fruto de um estupro, quando o feto é anencéfalo ou quando a gestante corre risco de morte. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, foram realizados entre 9 milhões e 12 milhões de abortos no Brasil entre 2008 e 2012. O estudo da pasta também mostra que, nesses quatro anos, a rede pública de saúde gastou quase meio bilhão de reais com internações que decorreram do procedimento no Brasil.


Leia mais: https://epoca.globo.com/bela-megale/bolsonaro-pediu-fim-da-lei-que-garante-atendimento-vitimas-de-estupro-23152056#ixzz5Tla8BMwI 



Triste realidade sempre os malfeitores tem apoio da alta sociedades mais nem todos homens são canalhas achando que só nasce mulheres porque deu uma fraquejada e nem todas às são fracas em se deixar levar fascismo quê fazem entender que ser submissa é uma padrão social assim se cala com a violência doméstica física e psicológica reagir tem que ser na primeira agressão física ou psicológica não deixa que palavras lhe tire seu auto estima você não pode se calar só porque é mulher Os covardes atacam exatamente as dependentes de parceiros pra ser feliz sendo que pra feliz não precisa de um companheiro e sim uma boa saúde estabilidade financeira mesmo quê o emprego não seja de uma alta remuneração mais tem seu salário seja feliz se amando só assim você tem amor próprio não espere dos outros

Arnaldo Antunes divulga manifesto contra Bolsonaro: ‘Isto não é um poema’

Arnaldo Antunes divulga longo texto contra Bolsonaro
Arnaldo Antunes usou suas redes sociais para publicar um vídeo de quase 12 minutos para manifestar sua posição política contrária ao candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro.
Intitulado “Isto não é um poema”, o texto de Antunes critica do discurso, ao seu ver, violento de Bolsonaro e lembra a morte do mestre capoeirista Moa do Catende, assassinado a facadas por briga política.
“Desse buraco vazio/ que não pulsa mais no peito/ de Moa do Catendê/ e “não existe amor em SP”/ ou “no coração do Brasil”/ fraturado
nesses dias/ brutos/ de coturnos/ chucros/ a chutar a cara/ de quem/ ama/ arte/ cultura educacão/ liberdade de expressão/ diversidade/ cidadania/ solidariedade/ democracia/ mas não se dá/ a mínima/ o que importa é se subiu/ a bolsa/ caiu/ o dólar”, critica o músico e compositor sobre comportamento da população.


ATO ANTIFASCISTA PROTESTA CONTRA BOLSONARO EM PORTO ALEGRE


Milhares de pessoas se reuniram para o Ato Antifascista nesta quinta-feira na região central de Porto Alegre. Após se reunirem na Esquina Democrática, o grupo percorreu as ruas centrais e se manifestou contra uma possível eleição de Jair Bolsonaro; liderado em grande parte pelo público feminino, o ato, organizado pela Frente Povo Sem Medo, contou com cartazes como: "Mulheres sem medo contra o fascismo", "Todas contra Bolsonaro" e "Mulheres uni-vos para derrotar o machismo"


NOVA FAKE NEWS DOS BOLSONARISTAS: “SOCORRO, O HADDAD QUER SOLTAR BANDIDOS!”

Por Pedro Breier



Circula furiosamente um vídeo de poucos segundos em que Fernando Haddad fala o seguinte:
Nós vamos promover o desencarceramento de pessoas que cometem pequenos delitos, que é hoje o maior contingente de prisioneiros.
O vídeo seria, segundo quem o compartilha, a prova cabal de que o PT protege bandidos – mais que isso, quer soltá-los! – enquanto Bolsonaro quer matar os bandidos. Não há dúvida sobre quem está do lado do famigerado cidadão de bem, não é mesmo?
Calma lá.
Em primeiro lugar, essa é uma discussão bastante complexa. Há, no direito, todo um debate teórico sobre quais seriam as formas e as gravidades ideais das penas para diminuirmos a criminalidade. Ver um vídeo de 11 segundos e tirar uma conclusão – normalmente “bandido bom é bandido morto” – é uma atitude um tanto quanto precipitada.
Em segundo lugar, os pequenos delitos de que fala Haddad são crimes sem violência, principalmente o tráfico de pequenas quantidades de droga (especialmente a maconha, uma droga mais leve). Nem é preciso ver o vídeo inteiro – embora quem o compartilha deveria fazê-lo – para saber disso, uma vez que isso é consenso entre os que defendem o desencarceramento como estratégia para a redução da criminalidade.
Então não se preocupem, Haddad não quer soltar ladrões de carro ou de celular, como concluíram apressadamente alguns amigos bolsonaristas.Em terceiro lugar, a lógica indica que Haddad está certo.

Em terceiro lugar, a lógica indica que Haddad está certo..
Reparem bem: um jovem preso vendendo maconha, sem estar armado, vai para a cadeia e é imediatamente cooptado pelas facções criminosas que controlam os presídios – é condição de sobrevivência, na prisão, filiar-se ao crime organizado. Resultado: a sociedade perdeu mais um cidadão para o crime e, por consequência, aumentou a insegurança para todo mundo.
Agora imaginem se o tratamento fosse outro. Se um jovem pego vendendo drogas fosse encaminhado para um órgão estatal que investigasse suas condições familiares, se está indo à escola, ou até de repente o encaminhasse para algum curso técnico, alguma oportunidade de trabalho. Teríamos um criminoso a menos na sociedade, estaríamos um pouco mais seguros e a vida do jovem não teria sido jogada no buraco.
É bastante óbvio que evitar a prisão desses jovens não violentos é benéfico para todo mundo.A tendência mundial, aliás, é a flexibilização das leis sobre drogas.

A maconha já é totalmente legalizada em alguns estados dos EUA. Sua venda é feita em lojas autorizadas e gera o recolhimento de impostos para o Estado. O início da onda da legalização gerou, inclusive, uma onda de seriados sobre maconha. Passei por alguns no Netflix. Série sobre uma família que vende maconha, programa com maconheiros cozinhando, e por aí vai.
Enquanto isso, no Brasil, um jovem pode ser preso simplesmente por portar alguns gramas de maconha. Não é preciso nem comprovar que ele estava vendendo, já que a lei brasileira é muito subjetiva sobre quem é traficante e quem é usuário.
Percebem a discrepância?
Ou a maconha é uma droga como tantas outras – comprovadamente menos nociva do que muitas que são legalizadas, aliás – e deve ser regulamentada pelo Estado, servindo até como mote de seriados de humor, ou é uma substância maligna que deve ser a causa da prisão de milhares de jovens, os quais entregaremos de mão beijada para o crime organizado. Não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo.
A guerra às drogas é uma política falida, o que foi reconhecido inclusive por economistas de direita como Milton Friedman. Se quiser ler o que Friedman pensa sobre o tema, dê uma olhada nesse link.
Os grandes traficantes – não os favelados, mas políticos que carregam cocaína em helicóptero, por exemplo – são os maiores interessados na continuidade da proibição. Afinal, quem não quer participar de um dos mercados mais lucrativos do mundo e ainda livre de impostos, não é?
O plano de Bolsonaro – prender ainda mais gente – simplesmente não funciona para diminuir a criminalidade.
E Haddad não quer liberar os bandidos violentos, não se preocupe não, ok?

PEDRO BREIER

Pedro Breier, colunista d'O Cafezinho, é formado em direito mas gosta mesmo é de jornalismo. Nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo.

Documento da CIA relata que cúpula do Governo militar brasileiro autorizou execuções

Memorando de 1974 descreve "decisão de Geisel de continuar com execuções sumárias".

General relata que cerca de 104 pessoas foram "executadas sumariamente" em um ano



"Assunto: 'Decisão do presidente brasileiro, Ernesto Geisel, de continuar com as execuções sumárias de subversivos perigosos, sob certas condições", diz um memorando de 11 de abril de 1974 enviado pelo diretor da CIA, a agência de inteligência norte-americana, para o então secretário de Estado Henry Kissinger. O documento, revelado pelo Bureau of Public Affairs do Departamento de Estado dos Estados Unidos, expõe que a cúpula do Governo militar brasileiro (1964-1985) sabia sobre as ações de exceção tomadas contra adversários do regime.
"Este é o documento secreto mais perturbador que já li em vinte anos de pesquisa", descreveu o pesquisador Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas. Spektor chamou atenção nesta quinta-feira para relatos disponibilizados pelo Governo norte-americano. O relatório começa descrevendo encontro de 30 de março de 1974 entre o então presidente Ernesto Geisel, o general Milton Tavares de Souza e o general Confúcio Danton de Paula Avelino, "respectivamente o ex-chefe e o novo chefe do Centro de Inteligência do Exército (CIE)", na descrição do próprio relatório. "Também estava presente o general João Baptista Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI)" e futuro presidente do país.
Segundo Spektor, o relato foi tornado público em 2015 e faz parte da política regular de abertura de fonte primária do Departamento de Estado. O relatório registra que o general Milton foi quem mais falou na mencionada reunião. "Descreveu o trabalho do CIE contra a subversão interna durante a administração do ex-presidente Emílio Garrastazu Médici. Ele enfatizou que o Brasil não pode ignorar a ameaça subversiva e terrorista, e afirmou que métodos extralegais deveriam continuar a ser empregados contra subversivos perigosos", diz o documento antes de chegar em seu trecho mais dramático: "Nesse sentido, o general Milton relatou que cerca de 104 pessoas, nessa categoria, haviam sido executadas sumariamente pelo CIE durante o último ano, ou pouco mais de um ano. Figueiredo apoiou essa política e defendeu sua continuidade".
Ainda segundo o relatório, que pode ser acessado pelo site do
Departamento de Estado,  "o presidente [Geisel], que comentou a seriedade e aspectos potencialmente prejudiciais dessa política, disse que queria refletir sobre o assunto durante o fim de semana, antes de tomar qualquer decisão sobre a sua continuidade". No dia 1º de abril, Geisel "informou ao general Figueiredo que a política deveria continuar, mas que extremo cuidado deveria ser tomado para assegurar que apenas subversivos perigosos fossem executados".
"O presidente e o general Figueiredo concordaram que, quando o CIE detivesse uma pessoa que poderia ser enquadrado nessa categoria, o chefe do CIE deveria consultar o general Figueiredo, cuja aprovação deveria ser dada antes que a pessoa fosse executada", segue o relatório, cuja última mensagem disponível diz que "o presidente e o general Figueiredo também concordaram que o CIE deve dedicar-se quase exclusivamente a combater a subversão interna, e que a atuação do CIE, em geral, deve ser coordenada pela general Figueiredo". Apesar de o sigilo do documento ter caído, dois parágrafos que somam no total 19 linhas foram mantidos em segredo.
Para Spektor, que topou com o registro enquanto pesquisava outros assuntos, o memorando é "prova do envolvimento do regime militar na política de execuções sumárias de inimigos do regime". Ela se soma a evidências já existentes, como a gravação revelada pelo jornalista Elio Gaspari em que Geisel dá luz verde para a repressão à guerrilha no Araguaia e o depoimento em que um general francês descreveu a uma historiadora a ocasião em que Figueiredo o levou para acompanhar uma sessão de tortura. Segundo o pesquisador, "o relato mostra a importância de as autoridades brasileiras também abrirem os seus arquivos".

Justiça obriga Bolsonaro a retirar fake news contra Haddad

FAMÍLIA BOLSOFAKES

A coligação “O Povo Feliz de Novo” conseguiu mais uma vitória contra boatos, mentiras e notícias falsas junto à Justiça Eleitoral. O Tribunal Supeior Eleitoral (TSE) determinou, na noite desta quinta-feira (11), a retirada de mais uma notícia falsa que Carlos Bolsonaro e o PSL do Rio de Janeiro veiculavam pela internet contra a campanha de Haddad e Manuela.A família Bolsonaro postou mensagem falsa, em que utilizou, de forma tendenciosa e descontextualizada, um antigo vídeo do candidato Fernando Haddad de modo a transmitir ao eleitor informação equivocada.


Na mensagem aparece uma declaração de Haddad dizendo que Lula subiria a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2019, como se ela tivesse sido gravada após o primeiro turno das eleições presidenciais. O vídeo original foi gravado por Haddad no dia 6 de agosto, quando Lula, na época, ainda era o candidato a presidente da coligação “O Povo Feliz de Novo”. Na gravação, Haddad, enquanto candidato a vice-presidente, diz que “vai fazer do Lula presidente e subir a rampa com ele dia 1º de janeiro”. Quem compartilha a mensagem dá a entender que a declaração de Haddad foi feita na última segunda-feira (8), um dia após o 1° turno da eleição.

O TSE determinou que o vereador Carlos Bolsonaro retire do ar imediatamente de seu twitter a postagem. A mesma determinação foi dada ao Facebook oficial do PSL do Rio de Janeiro. 

 Fonte: Lula.com.br

O DIA QUE DUROU 21 ANOS é um Documentário Brasileiro sobre a participação do Governo dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (EUA) na preparação, desde 1.962, do Golpe de Estado de 31 de Março de 1.964 no BRASIL.

O Dia que Durou 21 Anos é um documentário brasileiro, dirigido por Camilo Galli Tavares (Cidade do México, 1971), sobre aparticipação do governo dos Estados Unidos na preparação, desde 1962, do golpe de estado de 1964, no Brasil.


O Dia que Durou 21 Anos é um documentário brasileiro, dirigido por Camilo Galli Tavares (Cidade do México1971[1]), sobre a participação do governo dos Estados Unidos na preparação, desde 1962,[2] do golpe de estado de 1964, no Brasil.[3]
O filme tem como ponto de partida a crise provocada pela renúncia do presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961, e prossegue até o ano de 1969, com o sequestro do então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, por grupos armados. Em troca de sua libertação, 15 presos políticos são soltos e posteriormente banidos do país. Um deles, o jornalista Flávio Tavares, 27 meses depois de se radicar na Cidade do México, seria pai de Camilo, o cineasta cujo nome é uma homenagem ao padre católico e guerrilheirocolombiano Camilo Torres, morto em 1966.[1]
O Dia que Durou 21 Anos produzido pela PEQUI FILMES estreou nos cinemas brasileiros em 29 de março de 2013[4][5] e teve também uma versão para televisão, exibida anteriormente, dividida em três episódios de 26 minutos cada.[6]

Concepção do filme e base documental[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, o filme fora concebido para contar a história do pai do diretor, o jornalista Flávio Tavares, militante da oposição ao regime militar de 1964. Porém, ao ter notícia da existência de um fabuloso acervo documental sobre a deposição do presidente João Goulartque os Estados Unidos vêm franqueando ao público desde os anos 1970, Camilo Tavares mudou seus planos e decidiu abordar a participação do governo norte-americano na conspiração que resultou em uma ditadura de 21 anos (1964 a 1985) no Brasil.
O diretor se beneficiou de três volumosos pacotes de documentos, com divulgação autorizada pelo governo dos Estados Unidos, sendo que uma parte fora obtida pelo repórter Marcos Sá Corrêa e condensada no seu livro 1964 Visto e Comentado pela Casa Branca, de 1977.[7] Havia também as gravações sonoras, liberadas para o público em 1999, pela Biblioteca Presidencial Lyndon Baines Johnson, e os papéis e áudios difundidos em 2004 pela organização não governamental National Security Archive. Além disso, o cineasta buscou mais informações em outras bibliotecas que conservam a memória de dois presidentes norte-americanos – John Kennedy (1961-1963) e Lyndon Johnson (1963-1969) – e em emissoras de televisão dos Estados Unidos.[1]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Gtk-paste.svg Aviso: Este artigo ou se(c)ção contém revelações sobre o enredo.
Após um fragmento de uma entrevista filmada do professor de Harvard e embaixador norte-americano no Brasil Lincoln Gordon, Peter Kornbluh - Coordenador do National Security Archives dos EUA explica terem sido revelados relatórios confidenciais que contam, minuto a minuto, hora a hora, a estratégia americana em relação ao golpe militar de 31 de março de 1964 no Brasil até o momento que o presidente João Goulart deixou o país, em 2 de abril de 1964. A seguir ele e os historiadores Carlos Fico (professor da UFRJ) e James Green (da Brown University) contam que o diplomata viera ao Brasil no governo Jânio Quadros, por falar um pouco de português, com a missão de impedir que o governo "guinasse para a esquerda". Numa fita gravada, o presidente Kennedy indaga a Gordon sobre Goulart e ouve que ele, se tivesse poderes, agiria como um ditador como Peron ou algo assim. Nesse momento, havia muita tensão no campo com as reivindicações das ligas camponesas e o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, desapropria 20.000 hectares em Sarandi para distribuir naquela região, enquanto Goulart propõe a alteração constitucional para instaurar a reforma agráriaPlínio de Arruda Sampaio, ex-deputado federal, conta que foi designado o relator para esse projeto. Imediatamente, Gordon escreve um relatório dizendo concluir que a "reforma agrária" pretende transformar o país numa nova Cuba de Fidel Castro. Nesse contexto, duas companhias americanas, a I.T.T. (telecomunicações) e a Amforp (energia elétrica), são nacionalizadas por Brizola e numa outra mensagem, Gordon classifica isso como "inaceitável".Plínio Arruda argumenta que as companhias estavam em fase de renovação de concessões e apresentavam problemas seríssimos de execução e que foram nacionalizadas por dever ao Estado brasileiro, e não o contrário. Goulart aparece num discurso da ONU em 1962 justificando as nacionalizações contra os "lucros excessivos" e o deputado Bocaiuva Cunha, líder do governo, aparece na televisão afirmando que uma invasão americana em Cuba levaria a que os brasileiros apoiassem Castro. Num novo relatório, Gordon sugere um convite ao presidente do Brasil para que visitasse a Base da Força Aérea de Offutt, em Nebrasca, o que é acatado por Kennedy. A visita ocorreu em 3 de abril de 1962. Em outra fita gravada, Gordon sugere a Kennedy o afastamento de Goulart e o historiador Green diz que o presidente americano autorizara a conspiração com pessoas que quisessem a deposição do presidente brasileiro. Em outra fita gravada, Gordon pede a ajuda financeira para auxiliar opositores de Goulart na campanha presidencial de 1965 e sugere fazer isso através do IPES - Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais. A jornalista Denise Assis afirma que a partir daí, o IPES produzia "propaganda política" para fazer com que a população brasileira aceitasse o golpe de estado. Plínio de Arruda fala ainda do Instituto Brasileiro de Ação Democrática - IBAD, que causara suspeitas na campanha eleitoral de 1962 de ter suas ações patrocinadas pela embaixada americana. O caso fora investigado por uma CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito. Após a morte de Kennedy, o novo presidente Johnson continua a política hostil contra Goulart e afirma numa fita gravada que o presidente pretende estar no comando de um regime comunista. Em 13 de março de 1964, com o Discurso da Central do Brasil a favor das Reformas de Base, muitos militares se diziam temerosos pela instauração de um regime comunista e o Assessor Aeronáutico da Presidência do Governo, Hernani Fittipaldi, afirma que ali o presidente "virou comunista" pelo fato de que todos a quem o povo apoiava eram chamados dessa forma. Nesse ponto Green e Kornbluh destacam o papel do adido militar Vernon Walters que conhecia todos os militares e trazia para a conspiração contra Goulart aqueles mais próximos dos interesses americanos. Foi ele quem escolheu Castelo Branco como um dos líderes do movimento. Já Gordon pede ao governo americano que seja enviada uma frota naval para a costa brasileira, para apoiar o golpe de Estado. Numa fita gravada em 31 de março, o presidente Johnson fica sabendo da saída de uma força-tarefa naval das Antilhas para o litoral de Santos ("Operação Brother Sam"). Era composta de um porta-aviões, quatro contratorpedeiros e cruzadores de apoio, além de navios petroleiros. Segundo Kornbluh, era a "Democracia do Canhão" que fora utilizada no passado pelos norte-americanos para derrubarem governos em pequenos países e que agora Gordon queria usar no Brasil. Ao contrário do que esperavam os conspiradores, a ação foi rápida e Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara, foi empossado presidente. Os Estados Unidos, sob a recomendação de Gordon, reconheceram o novo governo em 2 de abril de 1964, quando Goulart ainda estava no Rio Grande do Sul. Na parte final, várias pessoas que apoiaram o golpe mostram desencanto com os sucessivos "Atos Institucionais" e o historiador Fico afirma que a "Linha Dura" militar assumiu o governo em 1964. Não obstante, os Estados Unidos continuaram a apoiar o novo regime, o que resultou em um sentimento crescente de antiamericanismo.

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