Seguidores (Clique em SEGUIR)

Translate

terça-feira, 9 de outubro de 2018

O ENGANO BOLSONARO


A maioria não está ciente daquilo que será aqui apresentado, entretanto alguns sabem sobre o que aqui será dito e convenientemente ainda buscam se fazer de desentendidos, pela óbvia e deplorável idolatria que estabelecem ao referido candidato.

Não são conjecturas que lhes serão apresentadas, são fatos objetivos que demonstram de maneira indubitável que o Bolsonaro está, assim como todos os demais candidatos, a exceção do Cabo Daciolo, comungado com o Sistema Ocultista e é mais uma de suas marionetes assistidas.

O verdadeiro candidato Bolsonaro é uma figura absolutamente distinta daquele 'ídolo impoluto' comprometido com a 'pátria', que 'estabelece contraposição ferrenha ao Comunismo', que luta por aquilo que é 'certo' e que se pauta através de 'preceitos divinos', que seus fãs criaram para si e vivem a propagandear.

Bolsonaro está há três décadas exatas no cenário político nacional, entretanto a partir de mais ou menos uns dois anos para cá tornou-se um fenômeno midiático devido ao fato de ter sido iconizado como representante do anti-petismo que foi propositalmente orquestrado pelo próprio Sistema afim de desenvolver a sua nefasta Agenda.

Para aqueles que ainda estão conscientes do fato de tanto a 'Direita' quanto a 'Esquerda' serem duas falsas dicotomias que foram formulas, instituídas e são controladas pelo Sistema Ocultista através da Maçonaria sugiro que interrompam a leitura dessa postagem neste ponto e leiam esta postagem antes de continuarem : DIREITA X ESQUERDA, O FALSO ANTAGONISMO ARQUITETADO, O ESTRATAGEMA DO SISTEMA QUE TEM POR FIM A INSTITUIÇÃO DA NOVA ORDEM MUNDIAL =https://www.facebook.com/propagadordareal/photos/a.365565870625018/488311695017101/?type=3&theater

Não sejam ingênuos, tanto a eleição quanto a posterior deposição de Dilma Roussef da presidência foi algo previamente arquitetado pelo Sistema. A própria escolha de Michel Temer como vice pela chapa petista nas eleições de 2010 não foi ocasional, foi planejada. Michel Temer é um maçom iniciado, já havia sido anteriormente determinado que em certa altura ele anscenderia ao cargo da Presidência da República em uma manobra travestida de um 'golpe' encenado. Ao maçom Michel Temer caberia colocar em pauta medidas impopulares que visariam diminuir os direitos coletivos que jamais poderiam, em um momento anterior, sequer serem colocadas em pauta e realmente discutidas, contaria então com o apoio irrevogável da afirmada 'Direita' brasileira pelo 'fato' de ter 'traído' a presidente petista.

O episódio flagrado durante o intervalo do julgamento do processo de Impeachment de Dilma Roussef Dilma no Senado foi emblemático e deixou explícito o fato de tudo ser uma grande teatragem orquestrada. Acompanhada de Aécio, seu 'voraz antagonista' durante o pleito eleitoral, a ré, afirmadamente 'inocente', como sempre alegou, estampava um sorriso largo em seu rosto, em uma conversa totalmente descontraída com o presidente do STF que presidia a sessão, o Ministro Ricardo Lewandowski, e com o seu advogado de defesa, o ex-Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Olhem a foto e reflitam sobre isso :

https://extra.globo.com/noticias/brasil/20017740-4e5-9ea/w976h550-PROP/201608291934249574.jpg

https://extra.globo.com/noticias/brasil/foto-de-dilma-aecio-confraternizando-em-sessao-do-impeachment-vira-piada-nas-redes-20017753.html




Isto posto, deixando explicitado o fato de que todo o sistema político é uma farsa e que tanto 'Direita' quanto 'Esquerda' são dois lados de uma mesmo moeda cunhada pelo Sistema Ocultista, voltemos então para o tema desta postagem.

Não resta a mínima dúvida sobre o fato do Bolsonaro estar coligado com o Sistema Ocultista que controla o nosso mundo de maneira oculta através de Sociedades Secretas Ocultistas que estabelecem cultos de adoração e prestam servidão ao Diabo, o conluio do referido com a Maçonaria é simplesmente claro.

Antes vejamos o que é de fato a Maçonaria :

" A Maçonaria é uma fraternidade dentro de uma fraternidade — uma organização exterior que esconde uma irmandade interior dos eleitos... é necessário estabelecer a existência dessas duas ordens separadas, porém independentes, a visível e a outra invisível. A sociedade visível é uma esplêndida camaradagem de homens 'livres e aceitos' que se reúnem para dedicarem seu tempo às atividades 'éticas', 'educacionais', 'fraternais', 'patrióticas' e 'humanitárias'. A sociedade invisível é uma fraternidade secreta e augustíssima, cujos membros dedicam-se ao serviço dos arcanos [segredos, mistérios - da Babilônia*]."

[Lectures on Ancient Philosophy, Manly P. Hall, pág. 433. Ênfase adicionada.]

"Toda loja maçônica é um templo de religião, e seus ensinamentos são instruções religiosas."

[Albert Pike, moral e dogma, pág 213]

“Quando o maçom aprende que o segredo para o guerreiro é a correta aplicação do dínamo do poder da vida, ele aprendeu o mistério de sua Arte. As energias ardentes de Lúcifer estão em suas mãos e antes que ele possa avançar para frente e para cima, precisa provar sua capacidade de aplicar corretamente a energia.”

[The Lost Key to Freemasonry, Manly P. Hall, publicado pela Macoy Publishing and Masonic Supply Company, Richmond, Virgínia, 1976]

"Para vocês, Soberanos Grandes Inspetores Gerais, nós dizemos isto, que vocês podem repetir para os irmãos dos graus 32, 31 e 30: A Religião Maçônica deve ser, por todos nós iniciados dos altos níveis, mantida na pureza da Doutrina Luciferiana"; "Sim, Lúcifer é Deus..."

[ Instructions to the 23 Supreme Councils of the World, Albert Pike, Grand Commander, Sovereign Pontiff of Universal Freemasonry, July 14, 1889 ]

Esclarecido isso serão agora demonstrados 10 FATOS objetivos que evidenciam que o tido por muitos como o 'salvador da pátria', o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, está indiscutivelmente coligado com a Maçonaria, com várias frentes de atuação do Sistema Ocultista e com seus ideais, ainda que a primeira vista possa não parecer.

1) Bolsonaro foi à uma loja maçônica, local onde cultos satânicos são estabelecidos, discursando sobre quais seriam os seus planos de governo, afirmando contraposição à algumas questões, dentre as quais a nefasta ideologia de gênero (uma ironia paradoxal visto que são exatamente tais ocultistas que suscitam e promovem isso devido ao preceito Ocultista da Androgenia, expresso claramente na figura de Baphomet) e outros temas, afirmando que não seria capaz de fazer o que pretendia sozinho e ansiando pelo apoio, expressando literal desejo, de 'irmanar-se' (6:10) com tais Ocultistas, Assistam ao vídeo :https://www.youtube.com/watch?v=IIVYk2MmBNE





E Não há como tentar relativizar este fato, sobretudo se você for cristã(o), pois as Escrituras expressam que Não há a menor possibilidade de comunhão entre Luz e trevas, que as trevas devem ser veemente abominadas, trazidas à Luz, expostas e condenadas (Efésios 5 : 11-12 ; 2 Coríntios 6:14-15), pois o temor ao Eterno consiste em Odiar o mal (Provérbios 8:13).

2) Neste ano, recentemente, Bolsonaro anuncia como vice em sua chapa um Maçom condecorado, o General Brandão, demonstrando que o irmanamento antes pretendido e expressamente ansiado fora enfim concretizado.

https://www.youtube.com/watch?v=Kys-6tqz9b8

3) E não apenas o fato do seu vice ser maçom pesa, o principal cabo eleitoral do Bolsonaro é o Major Olimpo, também Maçom.

https://www.youtube.com/watch?v=BE5Yqs0PvAU

4) Maçons e ativistas na 'guerrilha' Bolsonaro :

https://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,macons-e-ativistas-na-guerrilha-bolsonaro,70002337808

5) O Movimento Avança Brasil, financiado e represetando pela Maçonaria, formado por Maçons, apoia a candidatura do Bolsonaro.

http://www.maconsbr.com.br/

6) Soma-se à isto o fato da maioria absoluta dos principais líderes religiosos do sistema religioso pentecostal estabelecerem apoio ao mesmo, como é o caso de Silas Malafaia, Marco Feliciano, Claudio Duarte e Edir Macedo, Todos maçons, e fica claro quem está por trás da candidatura de tal candidato, a Maçonaria.

https://www.rp10.com.br/2018/06/05/correcao-macons-e-ativistas-na-guerrilha-bolsonaro/
https://oglobo.globo.com/brasil/influenciador-nas-redes-sociais-silas-malafaia-vai-apoiar-bolsonaro-com-uso-de-canhao-digital-22501478

https://noticias.gospelmais.com.br/edir-macedo-declara-apoio-a-jair-bolsonaro-102991.html

7) Não obstante à tudo isso o Bolsonaro é a favor do planejamento familiar, um eufemismo para redução populacional, uma política da ONU, agência a qual ironicamente, publicamente, afirma se contrapor.

Inclusive já tendo discursado em várias ocasiões distintas no passado e no tempo presente quanto quanto a isto, com proferições repugnantes, expressando ideais eugenísticos praticamente explícitos.

https://www.youtube.com/watch?v=eJ6j_r23aLM

" Não aconselho ninguém a ir a praia, lá no meu querido Rio de Janeiro, num sábado ou domingo de muito sol, porque não tem mais local para se deitar, ou se fica em pé, ou se fica dentro d'água ou se fica no calçadão. É gente demais, nós devemos colocar um ponto final nisso se quisermos produzir felicidade em nosso país."

- Jair Bolsonaro

https://www.youtube.com/watch?v=kRg2zDWkOk8

https://www.facebook.com/jairmessias.bolsonaro/photos/a.213527478796246/439489862866672/?type=1&theater

https://news.un.org/pt/interview/2018/07/1630721

8) Bolsonaro já anunciou como chefe econômico de seu governo, caso seja eleito, o Liberal Paulo Guedes, que é nada mais, nada menos, do que o fundador do Instituto Millenium, que está cadastrado no Diretório Global de Think Tanks, uma iniciativa da Open Society Foundations, do mundialmente conhecido agente Globalista George Soros.

https://veja.abril.com.br/politica/bolsonaro-anuncia-paulo-guedes-como-ministro-da-fazenda/
https://www.institutomillenium.org.br/blog/imil-ganha-cadastro-no-diretorio-global-de-think-tanks/

9) Não bastasse tudo isso Bolsonaro esteve em conferência com o Conselho de Relações Exteriores (CFR), um órgão supranacional vinculado ao Grupo Bilderberg, reunindo-se com a interlocutora do Clube Bilderberg, Shannon K. O'Neil, que também representa interesses do poderoso grupo Rockefeller na América Latina. Para aqueles que sabem do que se trata o Grupo Bilderberg e o que representa a família Rockefeller a questão se torna clara.

https://www.cfr.org/experts/shannon-k-oneil
http://f.i.uol.com.br/folha/poder/images/17321380.jpeg

"Alguns até acreditam que somos parte de uma cabala secreta, que trabalha contra os melhores interesses dos Estados Unidos, caracterizando minha família e eu como 'internacionalistas' e de conspirar com outros no exterior para criar uma estrutura política e econômica global mais integrada — um mundo unificado, por assim dizer. Se esta é a acusação, então sou culpado, e tenho orgulho disso."

[David Rockefeller, presidente honorário do CFR e fundador da Comissão Trilateral, em seu livro Memoirs, pág. 405.

"Tudo o que precisamos é da grande crise correta e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial." [David Rockefeller, 23/9/1994].

"O Conselho das Relações Internacionais (CRF) é o braço americano de uma sociedade que teve origem na Inglaterra... e que acredita que as fronteiras nacionais devam ser obliteradas e um governo mundial único estabelecido."

[ Carroll Quigley, Professor de História na Universidade de Georgetown, em seu livro Tragedy and Hope (Tragédia e Esperança). Nota: Quigley foi o professor favorito de Bill Clinton. ]

10 ) Há também algo que muitos desconhecem e que foi timidamente noticiado. No mesmo dia em que sofreu o atentado Bolsonaro esteve reunido horas antes com o Vice-Presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, deixando claro que a entrevista do referido no Jornal Nacional, assim como as dos demais candidatos que foram chamados, na qual seus eleitores efusivamente comemoraram, não passou de uma mera teatralidade.

https://www.msn.com/pt-br/noticias/eleicoes/bolsonaro-e-joão-roberto-marinho-se-reúnem-na-sede-da-globo/ar-BBMVGlT




Ou seja, uma análise criteriosa, imparcial e absolutamente objetiva dos fatos não deixa margem de dúvida quanto àquilo que fora anteriormente, de forma recorrente, nesta página afirmado, Bolsonaro está coligado com a Maçonaria e com várias organizações do Sistema Ocultista, e isso é simplesmente um fato inquestionável, algo que lamentavelmente será simplesmente ignorado por aqueles que estabelecem uma deplorável idolatria a tal candidato e que no final das contas estão servindo, quer queiram quer não, de idiotas-úteis aos seus algozes, ao Sistema Ocultista, que desde sempre os tem escravizado, sobretudo mentalmente, esse é, lamentavelmente, o perpétuo dilema do gado, em depositar fé e esperança em partícipes do Sistema Ocultista e ou em suas marionetes, ao passo que estão, ironicamente, legitimando a perpetuação do controle sobre eles instituído.

Ninguém, reitero, NINGUÉM que tenha lido esta postagem poderá depois se fazer de desentendido e ou desavisado, afirmando posteriormente que 'não sabia', que foi 'ludibriado(a)', a Real foi propagada de maneira totalmente detalhada, destrinchada, nos mínimos detalhes, todos aqueles que tenham lido a postagem tornam-se portanto inescusáveis (indesculpáveis) quanto a isto.

"Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois Luz no Senhor; andai como filhos da Luz (Porque o fruto do Espírito está em toda a Bondade, e Justiça e Verdade);

Aprovando o que é agradável ao Senhor.

E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.

Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe.

Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.

Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.

Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus."

(Igueret Shaul el Haefesim / Efésios 5:6-16)

Estejam pois cientes da Real.

Tem mão da CIA nas eleições do Brasil



O crescimento do fascismo bolsonarista na reta final, turbinado por uma avalanche de fake news disseminadas pela internet, não chega a surpreender.

Trata-se de tática já antiga desenvolvida pelas agências americanas e britânicas de inteligência, com o intuito de manipular opinião pública e influir em processos políticos e eleições. Foi usada na Ucrânia, na “primavera árabe” e no Brasil de 2013.

Há ciência por trás dessa manipulação.

Alguns acham que as eleições são vencidas ou perdidas apenas em debates rigorosamente racionais, em torno de programas e propostas.

Não é bem assim.

Na realidade, como bem argumenta Drew Westen, professor de psicologia e psiquiatria da Universidade de Emory, no seu livro “O Cérebro Político: O Papel da Emoção na Decisão do Destino de uma Nação”, os sentimentos frequentemente são mais decisivos na definição do voto.

Westen argumenta, com base nos recentes estudos da neurociência sobre o tema, que, ao contrário do que dá a entender essa concepção, o cérebro humano toma decisões fundamentado principalmente em emoções. O cérebro político em particular, afirma Westen, é um cérebro emocional. Os eleitores fazem escolhas fortemente baseados em suas percepções emocionais sobre partidos e candidatos. Análises racionais e dados empíricos jogam, em geral, papel secundário nesse processo.

Aí é que entra o grande poder de manipulação pela produção de informações de forte conteúdo emocional e as fake news.

Os documentos revelados por Edward Snowden comprovaram que os serviços de inteligência dos EUA e do Reino Unido possuem unidades especializadas e sofisticadas que se dedicam a manipular as informações que circulam na internet e mudar os rumos da opinião pública.

Por exemplo, a unidade do Joint Threat Research Intelligence Group do Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ), a agência de inteligência britânica, tem como missão e escopo incluir o uso de "truques sujos" para "destruir, negar, degradar e atrapalhar" os inimigos.

As táticas básicas incluem injetar material falso na Internet para destruir a reputação de alvos e manipular o discurso e o ativismo on-line. Assim, os métodos incluem postar material na Internet e atribuí-lo falsamente a outra pessoa, fingindo-se ser vítima do indivíduo cuja reputação está destinada a ser destruída, e postar "informações negativas" em vários fóruns que podem ser usados.



Em suma:

(1) injetar todo tipo de material falso na internet para destruir a reputação de seus alvos; e (2) usar as ciências sociais e outras técnicas psicossociais para manipular o discurso on-line e o ativismo, com o intuito de gerar resultados que considerados desejáveis.

Mas não se trata de qualquer informação. Não. As informações são escolhidas para causar grande impacto emocional; não para promover debates ou rebater informações concretas.

Uma das técnicas mais usadas tange à “manipulação de fotos e vídeos”, que tem efeito emocional forte e imediato e tendem a ser rapidamente “viralizadas”. A vice Manuela, por exemplo, tem sido alvo constante dessas manipulações. Também Haddad tem sido vítima usual de declarações absolutamente falsas e de manipulações de imagens e discursos.

A abjeta manipulação de imagens de “mamadeiras eróticas”, que estariam sendo distribuídas pelo PT, é uma amostra de quão baixa pode ser a campanha de “truques sujos” recomendada pelas agências de inteligência norte-americanas e britânicas.

Muito embora tais manipulações sejam muito baixas e, aos olhos de uma pessoal racional, inverossímeis, elas têm grande e forte penetração no cérebro político emocional de vastas camadas da população.

Nada é feito ao acaso. Antes de serem produzidas e disseminadas, tais manipulações grosseiras são estudadas de forma provocar o maior estrago possível. Elas são especificamente dirigidas a grupos da internet que, por terem baixo grau de discernimento e forte conservadorismo, tendem a se chocar e a acreditar nessas manipulações grotescas..

Na realidade, o que vem acontecendo hoje no Brasil revela um alto grau de sofisticação manipulativa, o que exige treinamento e vultosas somas de dinheiro. De onde vem tudo isso? Do capital nacional? Ou será que há recursos financeiros, técnicos e logísticos vindos também do exterior?

É óbvio que isso demandaria uma investigação séria, a qual, aparentemente, não acontecerá. Só haverá investigação se alguém da esquerda postar alguma informação duvidosa.

O capital financeiro internacional e nacional, bem como setores do empresariado produtivo, já fecharam com Bolsonaro, no segundo turno. Boa parte da mídia oligárquica também. O mal denominado “centro”, na verdade uma direita raivosa e golpista, ante a ameaça de desaparecimento político, começa, da mesma maneira, a aderir, em parte, ao fascismo tupiniquim, tentando sobreviver das migalhas políticas que poderiam obter, caso o Coiso e Mourão, o Ariano, ganhem.

Trata-se, evidentemente, do suicídio definitivo da democracia brasileira e de uma aposta no conflito, no confronto, no autoritarismo e no fascismo, o que levaria a economia e a política brasileiras ao profundo agravamento de suas crises.

Contudo, esse agravamento da crise político-institucional e econômica, que inevitavelmente seria acarretado pela vitória do protofascista Bolsonaro, poderá ser útil aos interesses daqueles que querem se apossar de recursos estratégicos do país e de empresas brasileiras.

O caos e a insegurança podem ser úteis, principalmente para quem está de fora. Vimos isso muitas vezes no Oriente Médio. No limite, o golpe poderá ser aprofundado por uma “solução de força”, bancada pelo Judiciário e pelos militares. Desse modo, seria aberta a porteira para retrocessos bem mais amplos que os conseguidos por Temer. Retrocessos principalmente do ponto de vista da soberania nacional.

Do ponto de vista geoestratégico, o prometido alinhamento automático de Bolsonaro a Trump, seria de grande interesse para os EUA na região. Como se sabe, a prioridade estratégica atual dos EUA é o “grande jogo de poder contra China e Rússia”, entre outros. Bolsonaro, que já prometeu doar Alcântara ao americanos e privatizar tudo, poderia ser a ponta de lança dos interesses dos EUA na região, intervindo na Venezuela e se contrapondo aos objetivos russos e chineses na América do Sul.

Por isso, parece-nos óbvio que há um dedo, ou mãos inteiras, de agências de inteligência estrangeiras, principalmente norte-americanas, na disputa eleitoral do Brasil. O modus operandi exibido nessa reta final é idêntico ao utilizado em outros países e demanda recursos técnicos e financeiros e um grau de sofisticação manipulativa que a campanha de Bolsonaro não parece dispor.

A CIA e outras agência estão aqui, atuando de forma extensa..

Cabe às forças progressistas se contrapor, de forma coordenada, a esse processo manipulativo. E a resposta não pode ser apenas contrapor racionalidade ao ódio manipulativo. A resposta, para a disputa do cérebro político, tem de ser também emocional.

O ódio anti-PT, antiesquerda, antidemocracia, antidireitos, anti-igualdade etc., que anima Bolsonaro e que foi criado pelo golpismo e sua mídia fake, tem desse ser combatido pela projeção de sentimentos antagônicos, como esperança, amor, solidariedade, alegria e felicidade.

Eles projetam um passado de exclusão, violência e sofrimentos. Nós temos de projetar um futuro de segurança e realizações.

Quanto à campanha sórdida de difamação e manipulação, orientada de fora, o nosso lema deve ser o mesmo de Adlai Stevenson, o grande político democrata dos EUA, que propôs ao republicanos: “Vocês parem de falar mentiras sobre os Democratas e eu pararei de falar a verdade sobre vocês”.

O Coiso, Mourão, o Ariano, e a “famiglia” Bolsonaro só falam aberrações chocantes, devidamente comprovadas. Não são fake news. Assim, basta expô-los a sua própria verdade. Derreterão como vampiros na luz do sol.


https://www.brasildefato.com.br/2018/10/06/artigo-or-tem-dedo-da-cia-nas-eleicoes-do-brasil/ 

Sua tia não é fascista, ela está sendo manipulada Duas importantes democracias do mundo foram hackeadas com técnicas de manipulação. O alvo atual é o Brasil






Rafael Azzi, filósofo carioca radicado em Ouro Preto, MG, com ilustração de Duke

Você se pergunta como um candidato com tão poucas qualidades e com tantos defeitos pode conseguir o apoio quase que incondicional de grande parte da população?

Você já tentou argumentar racionalmente com os eleitores deles, mas parece que eles estão absolutamente decididos e te tratam imediatamente como inimigo no mais leve aceno de contrariedade?

Até sua tia, que sempre gostou de você, agora ataca seus posts sobre política no Facebook?

Pois bem, vou contar uma história.

O principal nome dessa história é um sujeito chamado Steve Bannon. Bannon tinha uma visão de extrema direita nacionalista. Ele tinha um site no qual expressava seus pontos de vista que flertavam com o machismo, com a homofobia, com a xenofobia etc. Porém, o site tinha pouca visibilidade e seu sonho era que suas ideias se espalhassem com mais força no mundo.

Para isso, Bannon contratou uma empresa chamada Cambridge Analytica. Essa empresa conseguiu dados do Facebook de milhões de contas de perfis por todo mundo. Todo tipo de dado acumulado pelo Facebook: curtidas, comentários, mensagens privadas. De posse desses dados e utilizando algoritmos, essa empresa poderia traçar perfis psicológicos detalhados dos indivíduos.

Tais perfis seriam, então, utilizados para verificar quais indivíduos estariam mais predispostos a receber as mensagens: aqueles com disposição de acreditar em teorias conspiratórias sobre o governo, por exemplo, ou que apresentavam algum sentimento de contrariedade difuso ao cenário político atual.




A estratégia seria fazer com que esse indivíduo suscetível a essas mensagens mudasse seu comportamento, se radicalizasse. Como as pessoas passaram a receber as notícias e a perceber o mundo principalmente através das redes sociais, não é difícil manipular essas informações. Se você pode controlar as informações a que uma pessoa tem acesso, você pode controlar a maneira com que ela percebe o mundo e, com isso, pode influenciar a maneira como se comporta e age.

Posts no Facebook podem te fazer mais feliz ou triste, com raiva ou com medo. E os algoritmos sabem identificar as mudanças no seu comportamento pela análise dos padrões das suas postagens, curtidas, comentários.

Assim, indivíduos com perfis de direita e seu tradicional discurso “não gosto de impostos” foram radicalizados para perfis paranóicos em relação ao governo e a determinados grupos sociais. A manipulação poderia ser feita, por exemplo, através do medo: “O governo quer tirar suas armas”. Esse tipo de mensagem estimula um sentimento de impotência e de não ser capaz de se defender. Estimula também um sentimento de “somos nós contra eles”, o que fecha a pessoa para argumentos racionais.



Sites e blogs foram fabricados com notícias falsas para bombardear diretamente as pessoas influenciáveis a esse tipo de mensagem. Além disso, foi explorado também um sentimento anti-establishment, anti-mídia tradicional e anti “tudo isso que está aí”. Quando as pessoas recebiam várias notícias de forma direta, e não viam essas notícias repercutirem na grande mídia, chegavam à conclusão de que a grande mídia mente e esconde a verdade que eles tem.

Se antes a mídia tradicional podia manipular a população, a manipulação teria que ser feita abertamente, aos olhos de todos. Agora, todos temos telas privadas que nos mandam mensagens diretamente. Ninguém sabe que tipo de informação a pessoa do lado está recebendo ou quais mensagens estão construindo sua percepção de realidade.

Com esse poder nas mãos, Bannon conseguiu popularizar a alt right (movimento de extrema-direita americana) entre os jovens, que resultou nos protestos “unite de right” no ano passado em Charlottesville, Virgínia, que tiveram a participação de supremacistas brancos. Bannon trabalhou na campanha presidencial de Donald Trump e foi estrategista de seu governo. A Cambridge Analytica trabalhou também no referendo do Brexit, que foi vencido principalmente por argumentos originados de fake news.

Quando a manipulação veio à tona, Mark Zuckerberg foi chamado ao Senado americano para depor. Pra quem entendeu o que houve, ficou claro que a democracia da nação mais importante do mundo havia sido hackeada. Mas os congressistas pouco entendimento tinham de mídia social; e quem estaria disposto a admitir que a democracia pode ser hackeada através da manipulação dos indivíduos?



Zuckerberg estava apenas pensando em estabelecer um modelo de negócios lucrativo com a venda de anúncios direcionados. A coleta de dados e a avaliação de perfil psicológico das pessoas tinham a intenção “inocente” de fazer as pessoas clicarem em anúncios pagos. Era apenas um modelo de negócios. Mas esse mesmo instrumento pode ser usado com finalidade política.

Ele se deu conta disso e sabia que as eleições brasileiras podiam estar em risco também. Somos uma das maiores democracias do mundo. O Facebook tomou medidas ativas para evitar que as campanhas de desinformação e manipulações ocorressem em sua rede social. Muitas contas fake e páginas que compartilhavam informações falsas foram retiradas do Facebook no período que antecede as eleições.

Mas não contavam com a capilarização e a popularização dos grupos de WhatsApp. WhatsApp é um aplicativo de mensagens diretas entre indivíduos; por isso, não pode ser monitorado externamente. Não há como regular as fake news, portanto. Fazer um perfil fake no WhatsApp também é bem mais fácil que em outras redes sociais e mais difícil de ser detectado.

Lembram do Steve Bannon, que sonhou com o retorno de uma extrema direita nacionalista forte mundialmente? Que tinha ideias que são classificadas como anti-minorias, racistas e homofóbicas? E que usou um sentimento difuso anti “tudo que está aí”, e um medo de os homens se sentirem indefesos para conquistar adeptos?

Pois bem, ele se encontrou em agosto com Eduardo Bolsonaro. Bolsonaro disse que o Bannon apoiaria a campanha do seu pai com suporte e “dicas de internet”, essas coisas. Bannon é agora um “consultor eventual” da campanha. Era o candidato ideal pra ele, porque compartilhava suas ideias, no cenário ideal: um país passando por uma grave crise econômica com a população desiludida com a sua classe política.


Logo depois de manifestações de mulheres nas ruas de todo o Brasil e do mundo contra Bolsonaro, o apoio do candidato subiu, entre o público feminino, de 18 para 24 por cento. Um aumento de 6 pontos depois de grande parte das mulheres se unir para demonstrar sua insatisfação com o candidato.

Isso acontece porque, de um lado, a grande mídia simplesmente ignorou as manifestações e, por outro, houve um ataque preciso às manifestações através dos grupos de WhatsApp pró-Bolsonaro. Vídeos foram editados com cenas de outras manifestações, com mulheres mostrando os seios ou quebrando imagens sacras, mas utilizadas dessa vez para desmoralizar o movimento #Elenão entre as mais conservadoras.

Além disso, Eduardo Bolsonaro veio a público logo após a manifestação e declarou: “As mulheres de direita são mais bonitas que as de esquerda. Elas não mostram os peitos e nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene.” Essa declaração pode parece pueril ou simplesmente estúpida mas é feita sob medida para estimular um sentimento de repulsa para com o “outro lado”.

Isso não é nenhuma novidade. A máquina de propaganda do nazismo alemão associava os judeus a ratos. O discurso era que os judeus estavam infestando as cidades alemãs como os ratos. Esse é um discurso que associa o sentimento de repulsa e nojo a uma determinada população, o que faz com que o indivíduo queira se identificar com o lado “limpo” da história. Daí os 6 por cento das mulheres que passaram a se identificar com o Bolsonaro.

Agora é possível compreender por que é tão difícil usar argumentos racionais para dialogar com um eleitor do Bolsonaro? Agora você se dá conta do nível de manipulação emocional a que seus amigos e familiares estão expostos? Então a pergunta é: “O que fazer?”

Não adiante confrontá-los e acusá-los de massa de manobra. Isso só vai fazer com que eles se fechem e classifiquem você como um inimigo “do outro lado”. Ser chamado de manipulado pode ser interpretado como ser chamado de burro, o que só vai gerar uma troca de insultos improdutiva.

Tenha empatia. Essas pessoas não são tolas ou malvadas, elas estão tendo suas emoções manipuladas e estão submetidas a uma percepção da realidade bastante diferente da sua.

Tente trazê-las aos poucos para a razão. Não ofereça seus argumentos racionais logo de cara, eles não vão funcionar com essas pessoas. A única maneira de mudar seu pensamento é fazer com que tais pessoas percebam sozinhas que não há argumentos que fundamentem suas crenças e as notícias veiculadas de maneira falsa.

Isso só pode ser feito com uma grande dose de paciência e de escuta. Peça para que a pessoa defenda racionalmente suas decisões políticas. Esteja aberto para ouvi-la, mas continue sempre perguntando mais e mais, até ela perceber que chegou num ponto em que não tem argumentos para responder.

Pergunte, por exemplo: “Por que você decidiu por esse candidato? Por que você acha que ele vai mudar as coisas? Você acha que ele está preparado? Você conhece as propostas dele? Conhece o histórico dele como político? Quais realizações ele fez antes que você o aprovasse?”

Em muitos casos, a pessoa tentará mudar o discurso para falar mal de um outro partido ou do movimento feminista. Tal estratégia é esperada porque eles foram programados para achar que isso representa “o outro lado”, os inimigos a combater.

Nesse caso, o caminho continua o mesmo: tentar trazer a pessoa para sua própria razão: “Por que você acha que esse partido é tão ruim assim? Sua vida melhorou ou piorou quando esse partido estava no poder? Como você conhece o movimento feminista? Você já participou de alguma reunião feminista ou conhece alguém envolvido nessa luta?”

Se perceber que a pessoa não está pronta para debater, simplesmente retire-se da discussão. Não agrida ou nem ofenda, comportamento que radicalizaria o pensamento de “somos nós contra eles”. Tenha em mente que os discursos que essa pessoa acredita foram incutidos nela de maneira que houvesse uma verdadeira identificação emocional, se tornando uma espécie de segunda identidade. Não é de uma hora pra outra que se muda algo assim.


Duas das mais importantes democracias do mundo já foram hackeadas utilizando tais técnicas de manipulação. O alvo atual é o nosso país, com uma das mais importantes democracias do mundo. Não vamos deixar que essas forças nos joguem uns contra os outros, rasgando nosso tecido social de uma maneira irrecuperável.

P.S.: Por favor, pesquise extensamente sobre todo e qualquer assunto que expus aqui, e sobre o qual você esteja em dúvida. Não sou de nenhum partido. Sou filósofo e, como filósofo, me interesso pela verdade, pela ética e pelo verdadeiro debate de ideias. Sua tia não é fascista, ela está sendo manipulada.



Rafael Azzi, filósofohttps:

Bolsonaro: a desconstrução de um "MITOcôndria¨

A única qualidade que o deputado federal Jair Bolsonaro (ainda PSC, futuro PSL) parecia possuir e tentava vender para fortalecer sua candidatura a Presidente da República, a honestidade, está desmoronando mais facilmente que castelo de areia em dia de ventania. O abrupto aumento patrimonial dele e dos filhos não condizente com a renda adquirida dentro da carreira política, fora os tortos negócios na área imobiliária, é um grave fato para quem se colocava acima do bem e do mal em termos éticos. O parlamentar tenta de todas as formas se justificar, mas até agora não apresentou nada além de arroubos e vitimismos que deixam sua situação ainda mais complicada. A cada dia mais um Donald Trump em versão piorada.
Se não é honesto, o que resta a Bolsonaro de positivo? Absolutamente nada. Sua trajetória como deputado ao longo dos últimos 26 anos é pífia. Apresentou 117 projetos – muito pouco para tanto tempo -, e só conseguiu ver aprovados dois deles. Como ser humano, se mostra como uma das figuras mais deploráveis do campo conservador, flertando com ideias fascistas: é defensor da ditadura militar, fez apologia à tortura e ao estupro, comparou negros quilombolas a bois “que não servem nem para procriar”, disse que “ter filho gay é falta de porrada”, declarou que filhos não “correm risco” de casar com negras porque foram “muito bem educados” e afirmou que teve uma filha mulher por “fraquejada”. Nada de “fake news”, como ele e sua militância cega costumam rebater. Basta uma simples pesquisa no YouTube.
Capacidade intelectual para administrar um País com as dimensões e os desafios do Brasil Jair já demonstrou que também não possui. As recentes entrevistas concedidas a programas de algumas emissoras de TV são um verdadeiro festival de vergonha alheia.
O cenário atual de descrédito na política brasileira, de terra arrasada, é propício para o surgimento de figuras como a citada acima. A população está desiludida, preparada para a radicalização. No último domingo, por exemplo, um motorista de táxi me confessava que “já havia votado em um sociólogo (FHC), em um metalúrgico (Lula) e até em uma guerrilheira (Dilma)”. E que, diante das decepções, agora era a vez “de dar chance a um maluco”. No caso, Bolsonaro. Revolta compreensível, mas nada que um pouco de diálogo não seja capaz de resolver. É isso o que precisamos fazer a partir de agora. Muitas vezes as pessoas estão carentes de informação, se deixando cair no discurso fácil. Achando que está tudo perdido. Não está. Surgirão alternativas que não estão manchadas pela lama da corrupção e com espírito público capaz de levar o Brasil para caminhos melhores. O “mito” idolatrada por alguns se encaixa muito mais no conceito filosófico de algo longe da realidade, ausente de razão, do que na ideia de alguém extraordinário, único. Pode ser facilmente desconstruído. Basta um pouco de reflexão.
Ítalo Coriolano
italocoriolano@gmail.com
Jornalista do O POVO

Haddad e Ciro, união que poderá transformar o Brasil

por Marcos de Aguiar Villas-Bôas — publicado 19/09/2018 13h28
A união progressista irá acontecer e poderá ser muito útil para, enfim, gerar mudanças estruturais em benefício de todo o povo brasileiro
As candidaturas possibilitam que ambos tragam propostas que poderão se unir no segundo turno
Este autor publicou em 1o de junho de 2016 um texto intitulado “Os desafios da candidatura de Ciro Gomes”, que gerou boa repercussão nacional, levando, inclusive, o próprio Ciro a citar expressamente aquela análise e o seu propositor numa entrevista concedida a Mariana Godoy dois dias depois, em 3 de junho de 2016.
Sociedade entrando em colapso devido a disseminação do ódio pelo fascismos
Posso estar equivocado, mas, antes daquele texto, não se tinha ouvido falar no Brasil numa possível união entre Haddad e Ciro. Parece ter sido a partir dali que este procurou aquele para iniciarem conversas com o fim de formarem uma chapa de candidatura presidencial conjunta.
No texto, este autor propunha que os dois eram candidatos inteligentes e estudiosos, com múltiplos cursos nas áreas de direito, política e economia, inclusive em universidades renomadas do exterior. Ambos eram, inclusive, professores, Haddad muito mais do que Ciro.
Ciro era sugerido como o presidente e Haddad como o vice, dada a maior experiência e um conhecimento mais profundo do país. No entanto, foram realizadas ressalvas importantes acerca do estado emocional do PDTista, da sua diplomacia e do seu carisma, pontos nos quais Haddad soma uma qualidade muito maior.
Passados mais de 2 anos desde a publicação do texto, Haddad e Ciro quase compuseram, de fato, a chapa, mas a força política de Lula terminou tornando isso inviável para estas eleições. Haddad, demonstrando a sua dignidade, tentou que Ciro compusesse a chapa com Lula, o que foi recusado pelo ex-Ministro da Fazenda.
sabatina de Haddad nesta segunda-feira, 19 de setembro de 2018, realizada numa parceria Uol/Folha/SBT, é muito sintomática de todos esses acontecimentos, confirma muito do que foi dito naquele texto publicado em 2016 e merece ser assistida com atenção pelos eleitores que querem tomar uma boa decisão nas eleições deste ano.
Haddad é muito inteligente, preparado, claro, sério, equilibrado, diplomático, cortês e, apesar dos ataques que têm recebido do seu amigo Ciro, mostrou-se humilde e cavalheiro ao evitar devolvê-los e ao explicar que ele mesmo tentou a composição da chapa entre Lula e Ciro.  
O embate eleitoral apenas está comprovando que Ciro ainda tem muito o que aprender com Haddad em termos de, dentre outras coisas, diplomacia e serenidade, características extremamente importantes para um Presidente da República.
Se Ciro tivesse aprendido, teria, inteligente que é, aceitado ser o vice na chapa com Lula e, automaticamente, se tornaria o candidato a presidente numa coligação entre PT, PDT e os demais partidos aliados. Interesses partidários, pessoais e outros impossibilitaram isso. 
Se assim tivesse acontecido, hoje veríamos uma fortíssima união do campo progressista já no primeiro turno. Por outro lado, por não ter sido assim, as candidaturas autônomas de Haddad e Ciro têm possibilitado que ambos demonstrem suas qualidades e tragam propostas para o país que poderão se unir no segundo turno.
Parece cada vez mais certo o que este autor já escrevia e manifestava em entrevistas desde o ano passado: uma vez Lula tornando-se inelegível, o que era muito provável, Haddad seria o seu candidato e, com a força nacional do PT, além das qualidades individuais do professor da USP, a sua vitória era quase inevitável.
As recentes pesquisas eleitorais já mostram um salto quântico das intenções de voto em Haddad. Isso se dá poucos dias após ser confirmado como candidato e antes mesmo de ele aparecer em debates televisivos de grande porte com os demais candidatos, nos quais há poucas dúvidas de que terá grande destaque dada a sua didática de professor, sua sabedoria, sua inteligência e outros atributos. Isso é reforçado pelo baile que ele deu na “inquisição” realizada no Jornal Nacional na última sexta-feira, 14 de setembro de 2018.
O lamentável episódio do atentado ao candidato Jair Bolsonaro terminou reforçando essa conclusão. Com o aumento de aparição do militar na mídia e a comoção gerada pelo acontecimento, ele cresceu ainda mais nas eleições, deixando para trás qualquer possibilidade de que outro candidato fosse o adversário de Haddad no segundo turno.
Como o próprio Ciro vem dizendo, dado o pouco preparo e a rejeição já angariada por Bolsonaro, ele é o “adversário perfeito” para o segundo turno. Seria absurdo ver o PSDB e a REDE apoiando o preconceituoso e agressivo Bolsonaro no segundo turno, sobretudo após os PSDBistas reconhecerem que não deveriam ter embarcado no governo Temer, no qual Bolsonaro também embarcou com força, junto com o seu partido PP à época, um dos mais envolvidos em casos de corrupção.
Não se pode esquecer de todos os erros políticos, econômicos e morais do PT, e é bom que Haddad se lembre de que ele, muitas vezes um crítico das próprias decisões do governo de Dilma, pode ser a grande mudança, não somente do seu partido, como do país. Caso chegue lá e esqueça-se disso, será uma pena e teremos que cobrar muito dele para que se lembre.
Como professor sábio e alguém que não vive da política, se ele aplicar as suas ideias progressistas, e não ceder às pressões da velha classe política, poderá entrar para a história do país como aquele que fez a grande reviravolta em direção a mais liberdade, igualdade e fraternidade para toda a população, ideais da Revolução Francesa que estão longe de estar aprofundados no Brasil até hoje.
A experiência e a inteligência de Ciro poderão contribuir muito no segundo turno, assim como num futuro governo, no qual ele deveria ganhar um papel de destaque.
Lembre-se de que inteligência não é sabedoria. A inteligência é intelectual, racionalização, enquanto a sabedoria é a inteligência passada pelo coração, com equilíbrio emocional, diplomacia e resultados práticos considerando o bem de todos. Haddad mostrou isso mais do que Ciro e é por conta disso que será o novo Presidente. Ciro ainda poderá ter uma nova oportunidade em 2022.
Apesar de muitos verem caos no momento atual, pressinto tempos auspiciosos para o país. Ainda temos muito o que evoluir, mas a fase de conflitos trouxe a nação ao debate político, elevou a quantidade e a qualidade da informação.
É hora de acalmar os ânimos, unir a parte do país que quer ver o seu crescimento com igualdade e respeito aos demais direitos da maioria, e fazer um Brasil no qual todos tenham, de fato, oportunidades de aprender (adquirir sabedoria), produzir e ser feliz.

https://www.cartacapital.com.br/blogs/vanguardas-do-conhecimento/haddad-e-ciro-uniao-que-podera-transformar-o-brasil

NO JORNAL NACIONAL: Bolsonaro Se “Enrola” E Haddad Mostra Equilíbrio Em Entrevistas Na Globo

Os candidatos a presidente Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) foram entrevistados ao vivo nesta segunda-feira (8) no Jornal Nacional da Rede Globo de TV.
Haddad foi sorteado para ser o primeiro e iniciou saudando os eleitores e agradecendo a votação. Ela afirmou que durante a campanha do segundo turno serão confrontados dois projetos. “Nós estamos do lado da social democracia e do estado de bem estar social.” Afirmou.
As prioridades serão emprego e educação. “Defendemos a democracia com espírito desarmado e desenvolvimento social para todos”, completou Haddad.
Haddad afirmou que as reformas listadas em seu programa serão apresentadas através de emendas constitucionais. Uma das reformas será a tributária, para diminuir os impostos pagos pelos trabalhadores. Outra reforma será a bancária, para reduzir os juros e aumentar os investimentos. A terceira reforma será o fim do congelamento de gastos.
https://clickpolitica.com.br/2018/10/08/no-jornal-nacional-bolsonaro-se-enrola-e-haddad-mostra-equilibrio-em-entrevistas-na-globo/

Dez notícias falsas com 865 mil compartilhamentos: o lixo digital do 1º turno As 10 notícias falsas mais populares contra o PT e a favor de Bolsonaro que circulam na rede

Por The Intercept Brasil


Após anos penando com uma grave crise econômica e política, o país chega ao fim do primeiro turno da eleição presidencial mais violenta da história da nova república. Facada, tiros, mentiras em proporções inimagináveis e um completo desrespeito às leis marcaram o período de campanha eleitoral. O Brasil virou um faroeste.
As urnas confirmaram as pesquisas que colocavam Bolsonaro e Haddad no segundo turno. Qualquer que seja o resultado final, a certeza é de que tempos ainda mais sombrios estão por vir. Bolsonaro passou a campanha inteira avisando que não aceitaria qualquer resultado que não fosse a sua vitória. Aceitar a derrota nas urnas é um pressuposto elementar da democracia, algo que Bolsonaro sempre fez questão de desprezar. Caso seja vitorioso, bem, não precisa ser vidente para saber como serão as coisas. As pistas foram dadas por sua campanha. Será um governo trágico sob qualquer ponto de vista de qualquer democrata.
Parte relevante do judiciário brasileiro e integrantes do Ministério Público abandonaram os preceitos básicos de suas funções e entraram de sola no jogo eleitoral. Há uma infinidade de casos que atestam esse disparate. A começar pelo descaramento com que Lula foi alijado da disputa. Ele era o candidato preferido dos brasileiros, com chances de ganhar no primeiro turno. O TRF-4 trabalhou com a agenda eleitoral debaixo do braço, atropelando todos os ritos jurídicos possíveis e imagináveis com o intuito claro de impedir sua candidatura. E não se trata de opinião dizer que o Judiciário atuou para influenciar as eleições, mas da realidade dos fatos. Enquanto outras oito determinações de prisão de réus da Lava Jato do Paraná levaram entre 18 e 30 meses para serem expedidas, a de Lula levou apenas nove
O judiciário influenciou esta eleição especialmente na reta final. Toffoli e Fux driblaram as regras internas do STF e rasgaram a Constituição para impedir que a Folha entrevistasse Lula na prisão, em um caso evidente de censura prévia à imprensa. Na mesma semana, Toffoli aproveitou também para chamar o golpe militar de “Movimento de 64″ — um rebatismo que envergonha qualquer democrata e enche de orgulho qualquer cabo eleitoral de Bolsonaro.
Faltando poucos dias para a eleição, às vésperas do debate da Globo, Sérgio Moro resolveu quebrar o sigilo da delação de Antonio Palocci — aquela que havia sido rejeitada pelo MP por falta de provas. As sucessivas ações estratégicas de Sérgio Moro, com evidente intenção política, não espantam mais ninguém. Quem ousará contestar o juiz de primeira instância que, assim como Bolsonaro, se tornou um dos heróis dos nossos tempos?
Integrantes do Ministério Público também militaram firme nessa eleição. A três dias da eleição, na boca da urna, o MPF pediu a condenação de Lula na ação penal envolvendo o Instituto Lula. O procurador do Power Point Deltan Dallagnol não viu problema em divulgar nas suas redes o site Ranking dos Políticos, uma plataforma que supostamente ajuda a escolher candidatos que não estão envolvidos em corrupção, mas que, como já contei aqui nesta coluna, usa critérios que colocam apenas políticos de direita nas primeiras posições do ranking. A TV Band chegou a veicular uma propaganda do ranking nas vésperas da eleição.
Tudo isso seria tratado como escândalo em qualquer democracia séria, mas nós já estamos acostumados com esse faroeste tropical. Boa parte da mídia, inclusive, trata com naturalidade esse ativismo judicial. O fato inegável é que esse conjunto de ações por parte do Judiciário e do MP na reta final favoreceram de algum modo a candidatura Bolsonaro. Parece que a Lava Jato tem um candidato para chamar de seu. Não deve ser à toa que Marcelo Bretas curte os posts de Bolsonaro, enquanto a esposa de Moro faz uma militância bolsonarista velada, que não engana nem os mais bobinhos.
Major Olímpio, braço direito de Bolsonaro, deputado federal e candidato ao Senado pelo PSL, estava preparando um golpe em conluio com um juiz federal para que as urnas eletrônicas fossem recolhidas na véspera da eleição. O secretário popular de Olímpio propôs uma ação popular questionando a segurança das urnas e pedindo que “seja declarado inválido o atual sistema de votação”. O juiz que participou da armação chegou a ir ao Quartel General do Exército em Brasília para explicar como seria o plano aos militares. O golpe foi descoberto, e o juiz afastado pelo Conselho Nacional de Justiça. O caso era para ter sido tratado como um gravíssimo atentado contra a democracia, mas passou apenas lateralmente na grande imprensa. Em nome de uma suposta neutralidade, boa parte do jornalismo se omitiu diante de tantos absurdos e deixou de defender a democracia. Nós estamos mesmo nos acostumando com isso.
Empresários não pensaram duas vezes antes de descumprir a lei para conseguir votos para o candidato do PSL. Além do caso explícito do dono da Havan, que constrangeu seus funcionários e praticamente os obrigou a votar em Bolsonaro, há diversos outros relatos de prática de voto de cabresto por parte de empregadores em todo o país. Parece que a lei no Brasil existe para ser descumprida. É admirável que o principal argumento desses empresários para apoiar Bolsonaro seja o combate à corrupção.
Depois de ficar um tempo estagnado nas pesquisas, Bolsonaro voltou a crescer a partir do último fim de semana. Ao que parece, essa retomada de crescimento das intenções de voto se deve à intensificação das fake news no WhatsApp — que virou uma espécie de deep web brasileira — e também ao apoio de Edir Macedo, que colocou as igrejas para pedir voto para Bolsonaro e mobilizou a TV Record em seu favor.
Boatos sempre existiram em tempos de eleição, mas a forma com que a candidatura de Bolsonaro se dedicou a isso difere de qualquer outra coisa que já vimos no Brasil. Tendo a campanha de Donald Trump como referência, a campanha bolsonarista não apenas alimentou indiretamente a indústria de fake news contra os adversários, mas os próprios integrantes da campanha foram porta-vozes das notícias falsas, sem nenhum constrangimento de mentir publicamente.
Carlos Bolsonaro publicou em suas redes sociais uma notícia falsa que dizia que o TSE enviou os códigos de segurança das urnas eletrônicas para a Venezuela, colocando uma nuvem de dúvida na cabeça do eleitor sobre a lisura da votação. O filho de Bolsonaro teve tanta certeza da impunidade que nem apagou a mentira. No dia da votação, Flávio Bolsonaro publicou um vídeo que mostrava uma urna votando automaticamente em Haddad. No debate da Rede TV, o senador Magno Malta falou em rede nacional que o filho de Lula é proprietário de uma lancha R$ 32 milhões enquanto falava sobre corrupção. Não estamos falando apenas de robôs virtuais contratados para espalhar mentiras, mas da própria campanha do Bolsonaro que faz isso de forma pública, sem disfarces. São políticos com mandato, candidatos à reeleição, que mentem com a intenção de prejudicar adversários e desestabilizar a democracia.
Um levantamento da Agência Lupa aponta que as 10 notícias falsas mais populares tiveram juntas 865 mil compartilhamentos no Facebook desde agosto. Todas elas são a favor de Bolsonaro ou contra seus concorrentes. Portanto, parece que não houve uma guerra de disseminação de boatos entre as candidaturas, mas um massacre por parte da campanha do candidato do PSL.
O TSE, que devia zelar pela credibilidade do processo eleitoral, se calou diante de todos esses absurdos. Em junho deste ano, o presidente do tribunal Luiz Fux anunciou que seria implacável com os boatos durante a campanha: “Por que fiscais podem tirar propagandas infamantes do meio da rua e nós não vamos combater as fake news? Ninguém tem liberdade de expressão para publicar notícia falsa que cause dano irreparável a uma candidatura”. Ao que parece, o próprio anúncio se trata de uma fake news, já que pouco ou quase nada foi feito para impedir a pororoca de mentiras desta eleição. À época, Fux disse ainda que a eleição poderia ser anulada se ficasse comprovado que “ela foi objeto de massificação de fake news”. Não há dúvidas que ela foi, mas é mais fácil acreditar na declaração de bens de Bolsonaro para a justiça eleitoral do que na anulação do pleito.
Fux foi um leão para impedir a entrevista de Lula, mas dificilmente repetirá a postura quando for tratar da indústria de mentiras que influenciaram o processo eleitoral. É que, ao que parece, nossos togados interpretam a Constituição “em sintonia com o sentimento social”, como diria Barroso. E nós sabemos qual é o espírito dos nossos tempos.
Bolsonaro começou a campanha isolado politicamente, mas terminou o primeiro turno agregando forças importantes da sociedade. A possibilidade cada vez mais real de uma vitória trouxe muita gente para o seu barco. Bolsonaro não é mais o bufão solitário que conta apenas com apelo popular e de meia dúzia de militares. As forças conservadoras que gravitavam em torno do PSDB migraram para ele.
O establishment aos poucos foi abraçando o candidato do antiestablishment. Basicamente as mesmas forças que se uniram para apoiar o golpe de 1964 estão hoje ao lado de Bolsonaro. Fiesp, mercado financeiro, igrejas, Forças Armadas e setores da mídia estão apoiando a candidatura que se vendia como a única com condições morais de lutar contra tudo-o-que-está-aí. É mais uma fake news. Bolsonaro é, entre todos os candidatos, o que tem a carreira política mais marcada pelo fisiologismo. O cara que se apresenta hoje como o messias que nos livrará do fantasma do comunismo já defendeu Hugo Chávez, apoiou um comunista no comando das Forças Armadas e já pediu voto para Ciro e Lula. Tudo em nome de interesses partidários. Trata-se de uma farsa com alto potencial para destruir o que resta da nossa já combalida democracia.

Veja a lista completa das 10 fake news que mais tiveram compartilhamentos na rede






Dez notícias falsas com 865 mil compartilhamentos: o lixo digital do 1º turno

por CRISTINA TARDÁGUILA E CHICO MARÉS
07.OUT.2018 | 09H00 |

Foi colossal o volume de notícias falsas nas sete semanas do primeiro turno das eleições 2018. Dentro do Facebook, rede social em que os checadores profissionais conseguem atuar, marcando como falsos alguns dos conteúdos de má qualidade ali encontrados, os números mostram o tamanho do lixo digital do primeiro turno. Um cenário alarmante que tende a se agravar com a polarização que se anuncia para os próximos dias.
Levantamento feito pela Agência Lupa mostra que as 10 notícias falsas mais populares flagradas por seus checadores desde o mês de agosto tiveram juntas mais de 865 mil compartilhamentos no Facebook. Para se ter uma ideia, o volume é duas vezes superior ao número de compartilhamentos registrado pelo polêmico post que o Ceticismo Político fez sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) após a sua morte – e que acabou sendo retirado do ar pelo Facebook quando tinha 360 mil shares.
Estamos falando de um mar de informações truncadas que misturam fotos toscamente adulteradas, com textos maliciosos e mal escritos, vídeos antigos postados com legendas mentirosas que atestam se tratar de gravações recentes. Tudo – tudo mesmo – para enganar o eleitor e dividir ainda mais o Brasil que vai às urnas neste domingo (7).

Vídeos repostados em busca de popularidade

Na lista das três maiores mentiras flagradas pela Lupa no Facebook, duas se baseiam nesta lógica: dos vídeos velhos, sem qualquer adulteração, que são repostados fora de contexto. Em primeiríssimo lugar, com 238 mil shares e ainda circulando na rede social, está uma gravação feita em Campinas (SP) durante a partida do Brasil contra a Sérvia pela Copa do Mundo deste ano. O post traz a seguinte frase: “Ato em Campinas em prol da saúde do presidente Jair Messias Bolsonaro”. Só que não. A multidão de verde, amarelo e azul está mesmo é torcendo pela seleção em campo.
Em terceiro lugar no ranking das fakes mais pops, outro vídeo fora de contexto – também relacionado ao candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro. Em março de 2015, uma multidão foi à Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, para se manifestar contra a então presidente Dilma Rousseff. Gritavam o lema “eu vim de graça” e acompanhavam o carro de som do movimento Vem pra Rua. No último sábado (28), a gravação voltou ao Facebook com a seguinte legenda: “Olha Copacabana como está agora!!! Manifestação *#Elesim*”, em referência às manifestações de apoio a Bolsonaro. Até o último dia 3 tinha 90 mil compartilhamentos, mas é falsa igual nota de R$ 3.

Fotos adulteradas

Em segundo lugar, com 219,8 mil compartilhamentos, ficou uma foto adulterada preocupante, uma imagem que tomou o layout do portal G1 para espalhar, de forma maliciosa, a seguinte notícia falsa: “Jean Wyllys confirma convite de Haddad para ser ministro da educação em eventual governo do petista”.
O requinte dessa mentira chocou até mesmo os profissionais da checagem. Ela trazia até a assinatura de um ex-jornalista do portal de notícias da Globo. Mas tanto o deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro quanto Fernando Haddad, nome do PT para o Palácio do Planalto, negaram esse convite em nota. Isso sem falar na Folha de S.Paulo, que informou que o repórter citado na fake news agora trabalha em sua redação e jamais poderia assinar um conteúdo para o G1.
Para continuar na linha das imagens truncadas, ainda vale mencionar a oitava e a décima notícias falsas do ranking. Ambas consistem em fotos adulteradas. Com 33,8 mil shares e ainda ativa no Facebook, está a imagem de homens armados mostrando um cartaz de papelão onde se lê “Bolsonaru é bala. CV”. O próprio candidato do PSL chegou a compartilhar essa informação – e depois deletou. Ferramentas de checagem online mostram que há versões dessa foto na web desde 2016, pelo menos, e que esse cartaz nunca esteve lá.
Da mesma forma foi adulterada a camiseta do homem que foi agredido por petistas na fotografia que até a última quarta-feira já tinha sido compartilhada 24 mil vezes no Facebook com a legenda “Estão intimidado pessoas que estão adesivando os carros com apoio a Bolsonaro”A foto foi feita em 2015, num protesto sobre a Petrobras. É fato que militantes com camisetas do PT agrediram um indivíduo. Mas ele usava uma camiseta branca – não uma com a bandeira do Brasil – e não militava em favor do candidato do PSL.

Teorias da conspiração

A exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos – onde a expressão “cheese pizza” foi traduzida como “child pornography”, dando caminho ao “pizzagate de Hillary Clinton (um dos maiores casos de fake news das eleições de 2016) -, aqui no Brasil as teorias da conspiração perturbaram as redes sociais. Encheram os celulares e os WhatsApps com dados de péssima qualidade.
Somando o número de compartilhamentos do texto falso que dizia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu os códigos das urnas eletrônicas para os venezuelanos com o daquele que via na prisão do vice-presidente da Guiné Equatorial em Viracopos (SP) uma conexão com apoio do BNDES perdoado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chega-se a 135 mil compartilhamentos mentirosos. Acredita?
Essas são as únicas duas fake news em formato de texto a entrar no top 10. O que deve nos fazer pensar um pouquinho… Mas que fique registrado aqui: o TSE não deu código nenhum para a Venezuela, assim como o BNDES não apoiou grandes obras na Guiné Equatorial. Pode tê-lo feito para a Guiné… Bissau!

Questões morais e famosos

Para concluir, é preciso citar dois tipos de notícias falsas que me preocupam. O primeiro é os que lidam com questões morais e de cunho sexual, que insistem em proliferar no Brasil. Foi assim com a atriz Patrícia Pillar e Ciro Gomes, candidato do PDT ao Palácio do Planalto, que tiveram uma notícia falsa sobre uma agressão dele a ela – que não aconteceu – compartilhada mais de 35 mil vezes no Facebook. Também foi o caso do post-foto que atribuiu a Fernando Haddad uma longa fala falsa, na qual ele diria que cabe ao Estado decidir se uma criança será menino ou menina. O conteúdo teve 51 mil shares e levou o TSE a determinar sua retirada da rede.
O último grupo de fake news que nos preocupa apareceu já na última terça-feira de campanha. Tem a ver com falsos apoios públicos. Num Brasil onde a educação não é prioridade, o voto pode se dar a partir do que dizem os famosos, os influenciadores. Então, que fique aqui registrado. O jornalismo já flagrou alguns fake-endorsements: o padre Marcelo Rossi não declarou apoio a Jair Bolsonaro. O Boatos.org e o G1 mostraram isso em 14 de setembro. O apresentador José Luiz Datena também não. O vídeo que circula no Facebook foi editado e recebeu uma marca d’água do PSL.

As 10 maiores notícias falsas flagradas pela Lupa no 1º turno:(Fonte: Third Party Fact-Checking Project, até 3/10/2018)

1 ‘Ato pela saúde de Bolsonaro em Campinas’ x jogo da Copa do Mundo238,3 mil shares
2 Fernando Haddad convida Jean Wyllys para ser ministro da Educação219,8 mil shares
3 ‘Manifestação do #elesim em Copacabana’ x Protesto feito em março de 2015, contra Dilma Rousseff (Vem pra Rua)90,9 mil shares
4 TSE deu códigos das urnas eletrônicas para os venezuelanos x Edital foi cancelado78,4 mil shares
5 Guiné Equatorial recebeu do BNDES e Lula perdoou x BNDES apoiou Guiné Bissau57,2 mil shares
6 Haddad diz que estado decide se crianças serão meninos ou meninas x TSE mandou retirar conteúdo51,8 mil shares
7 ‘Vídeo de Datena apoiando Bolsonaro’ x Datena apoia Geraldo Alckmin35,3 mil shares
8 Imagem de traficantes com cartaz sobre Bolsonaro x Imagem é antiga e não tem cartaz33,8 mil shares
9 ‘Patrícia Pillar diz que Ciro a agredia’ x atriz nega em vídeo35,4 mil shares
10 ‘Homem com camiseta do Brasil apanha por botar adesivos de Bolsonaro’ x Homem com camiseta branca apanha em manifestação sobre Petrobras24,2 mil shares
*Este artigo foi publicado na edição digital da revista Época.
Editado por: Natália Leal

Postagens mais Visitadas