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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Jean Wyllys diz que está a construir-se uma nova junta militar para governar o Brasil

SIC (Portugal): “O ativista e político brasileiro Jean Wyllys afirmou hoje, em Coimbra, que está em construção uma nova junta militar para governar o Brasil, avisando o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, de que a cortesia com Bolsonaro tem limites.
Perante um auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) cheio de portugueses e brasileiros, Jean Wyllys assumiu o seu pessimismo em relação às próximas eleições no Brasil - "ainda não vejo um melhor cenário para as próximas eleições" - e deixou um alerta sobre "algo de muito perigoso que está a acontecer" no país.
Para o antigo deputado do PSOL - e crítico de Bolsonaro, Presidente brasileiro -, que desistiu do novo mandato e saiu do Brasil face às ameaças de morte que recebeu, está a constituir-se "uma junta militar para governar o país".
"As autoridades civis são tão medíocres, desqualificadas, desonestas intelectuais, burras, que, cada vez que uma delas cai [do Governo liderado por Jair Bolsonaro] , é substituída por um militar. Então, os militares estão a constituir um Governo sem ter que colocar as armas na rua. Isso é preocupante. Isso é muito preocupante", frisou.
O ativista insistiu que o Presidente do Brasil, para acalmar os ânimos por cada "autoridade civil desqualificada que cai", acaba por nomear mais um militar para ocupar o cargo dentro do Governo.
"Quando as pessoas passam a tratar o general [Hamilton] Mourão [vice-Presidente do Brasil] como moderado diante da estupidez e loucura do Presidente, temos um problema. Mas a verdade é que, de facto, comparado com o Presidente desqualificado, Mourão é um moderado", notou.
Para vincar a sua posição, Jean Wyllys recordou o golpe militar de 1964, que derrubou o governo democraticamente eleito de João Goulart, e em que os militares prometiam eleições livres - "não o fizeram e permaneceram por 21 anos no Governo".
"Precisamos de estar atentos a isso", alertou.Durante a sua intervenção, Jean Wyllys aproveitou ainda para deixar "um recado com muito respeito e carinho" ao Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
"O Presidente de Portugal está longe, muito longe, de ser irmão de Bolsonaro, como ele disse. Está longe de ser o desqualificado que o Bolsonaro é, de ser o racista que Bolsonaro é, o machista, misógino e ignorante que Bolsonaro é. Então, dizer que o encontro entre eles foi um encontro entre irmãos é algo que depõe contra ele", constatou o político brasileiro.
"Pelo amor de Deus, Presidente, não faça isso. Não diga que foi um encontro entre irmãos, a cortesia tem limites. Seja cortês, mas não precisa de se expor dessa maneira, que o senhor não tem nada a ver com Bolsonaro", sublinhou Jean Wyllys.

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